No ano em que assinala 25 anos, o Teatro Viriato celebra também, através de uma temporada “inclusiva, diversificada e acessível”, os 50 anos do 25 de Abril de 1974. De fevereiro a julho, a programação, assinada por Henrique Amoedo, conta com quase 50 projetos, das mais variadas áreas artísticas, que incluem música, teatro, circo contemporâneo, dança e cruzamentos disciplinares, onde temas semelhantes podem ser discutidos de formas distintas. Uma temporada que enaltece os principais eixos de atuação da liberdade programática.
“Procurei retribuir a liberdade de programar que me é concedida dando palco à liberdade artística, à diversidade e à inclusão”, diz Henrique Amoedo, diretor artístico do Teatro Viriato.
“Pensada e delineada meticulosamente”, tendo sempre por base a premissa de liberdade, a temporada vai ficar marcada por duas estreias de duas companhias do distrito: «Mãe», da Mochos no Telhado, a 23 de Fevereiro, e «Corpo título» da Amarelo Silvestre, a 10 e 11 de maio -. e dois espetáculos internacionais com datas únicas em Portugal, numa programação que inclui onze residências e 13 coproduções.
Nos destaques internacionais e depois do concerto, a 3 de Fevereiro, da cantora venezuelana La Chica, vem aí outro espectáculo com data única em Portugal, agendado para 27 de abril: «Sonoma», de Marcos Morau e da companhia espanhola La Veronal, uma das principais companhias de dança do Mundo.
Para Júlia Alves, Presidente da Direção do Centro de Artes do Espectáculo de Viseu (CAEV) – Teatro Viriato, “a Direção está empenhada em aumentar a proximidade do Teatro Viriato com o seu público natural: a população da região. Queremos que mais pessoas venham ao teatro e usufruam de um espaço de liberdade e de criatividade. Não pouparemos o nosso esforço em contribuir para a formação e atração de novos públicos, mas também de novos artistas, em especial artistas da região.”
Na formação jovem, o Teatro Viriato destaca-se com “K Cena – Projeto Lusófono de Teatro Jovem”, que levará, pela primeira vez, o seu espetáculo a outros pontos do país. É também uma casa que se preocupa com a aproximação de públicos através de atividades como a nova oficina de circo contemporâneo “Casa Aberta/Open House”, orientado pela companhia Oliveira & Bachtler, ou da já conhecida oficina de música, “Tatabitato”, de Ana Bento e Bruno Pinto.
O Teatro Viriato aposta, também, em quatro espetáculos que rompem com os palcos convencionais, ocupando diferentes espaços da cidade de Viseu — o Prado do Parque de Santiago será palco para “B.O.B.A.S”, da Companhia Jimena Cavalletti (22 de junho) e “A Cidade e as Serras (não é Eça)”, uma cocriação do Teatro do Montemuro e Teatro da Palmilha Dentada (06 de julho), bem como a mata do Fontelo servirá de espaço para a apresentação dos espetáculos “Paisagens Inúteis”, de Vanda Rodrigues (26 e 27 de junho) e da edição comemorativa de “Noite Fora – 1 Tarde na Floresta – Criação, Leitura e Conversas Teatrais” de Sónia Barbosa (13 de julho).
A programação desta temporada é, ainda, marcada pelo regresso de mais de 20 artistas que têm vindo a marcar a história do Teatro, como é o caso de Rui Horta, Aldara Bizarro ou Formiga Atómica, e também pela aposta em novos criadores, como Sara Inês Gigante ou Bela Noia.
A acessibilidade não deixa de ser uma preocupação na programação e é por isso que, em conjunto com a Dançando com a Diferença, o Teatro Viriato tem como foco a acessibilidade em relação com os projetos artísticos. Exemplos visíveis desta intervenção são o recurso à Audiodescrição (AD) e à presença da interpretação em Língua Gestual Portuguesa (LGP), em espetáculos como “Mãe”, “Guião Para Um País Possível”, “Migraaaantes” e “Paisagens Inúteis”. O espetáculo “Agora Nascíamos Outra Vez” terá recurso a audiodescrição.
A Direção Artística do Teatro Viriato estabeleceu como meta a atingir em 2024 o aumento da afluência do público em 15%. “Aumentar o nosso público habitual em 15% já este ano é possível. Mas não é só trazer novas pessoas ao Teatro. Queremos que venham e que fiquem por muitos anos”, acrescenta Henrique Amoedo.