A Igreja viseense esteve em festa, com milhares de fiéis a encherem o edifício da Sé Catedral. Todos para assistirem a uma concelebração que contou, entre outras figuras de relevo, com a presença do Bispo da Diocese, D. Ilídio Leandro, do Núncio Apostólico Rino Passigato e dos bispos D. Nuno Manuel, D. António Marto e D. Manuel Felicio. Foi o ponto alto das comemorações dos 500 anos de dedicação da Sé Catedral de Viseu. Até o Papa Francisco se associou ao evento, concedendo indulgências jubilares a quantos se uniram às diferentes manifestações. Mas as concretizações anunciadas, desde a divulgação das Constituições Sinodais que são a base dos planos pastorais para a próxima década, até à apresentação do Livro do Sínodo e abertura ao público do Tesouro Museu, prometem prolongar a festa por muito mais tempo.
A celebração dos 500 anos da dedicação da mais importante e visitada igreja da cidade de Viseu, a Sé Catedral, pretextou um conjunto vasto de cerimónias jubilares a que os viseenses deram brilho com a sua presença. São escassos os vestígios da primitiva construção românica da Catedral de Viseu edificada sob a iniciativa dos condes D. Henrique e D. Teresa, tendo o edifício sido substancialmente alterado em campanhas de obra posteriores. Deverá ter sido sagrado entre Julho e agosto de 1109. A segunda sagração da catedral foi dedicada a Santa Maria e terá ocorrido em 1516. Este ano assinalaram-se os últimos 500 anos da sagração da catedral de Santa Maria de Viseu, que constitui o espaço religioso referencial de toda a diocese. “É a imagem figurativa da igreja visível de Cristo. O verdadeiro templo de Deus vivo, espiritual”!
Um dos actos importantes da celebração, que vai seguramente revelar a sua importância a partir de agora, foi a inauguração, após obras de vulto, realizada no âmbito da Rota das Catedrais, do Tesouro de Arte Sacra, também conhecido como Tesouro – Museu da Catedral de Viseu. Integrado na Catedral, o espaço localiza-se no segundo piso, e compreende o coro-alto e três salas situadas numa das alas do claustro superior, entre as quais a sala do cabido. A estas áreas associam-se mais dois espaços interessantes sob o ponto de vista arquitectónico mas também por constituírem miradouros através dos quais se pode fruir uma vista panorâmica singular da cidade de Viseu.
As obras, iniciadas em outubro do ano passado, impediram que continuasse aberto ao público. O que vai acontecer a partir de agora. Além da mais valia expositiva, com peças de grande valor artístico que vão desde o século XII ao século XX , o Tesouro-Museu disporá de um espaço de acolhimento/loja ao dispor dos visitantes.
Ainda no âmbito das comemorações dos 500 anos de Dedicação da Sé Catedral, foi lançada a primeira história da diocese de Viseu. A obra encontra-se estruturado em três volumes que cobrem os cerca de 1500 anos que decorrem entre a mais remota e documentalamente comprovada origem da Diocese no ano de 569, até ao 25 de abril de 1974. De cunho exclusivamente histórico, propõe uma visão original e absolutamente inédita no panorama da historiografia portuguesa e internacional. Coordenada cientificamente por José Pedro Paiva, a obra permite, através de 1800 páginas e perto de 300 ilustrações, entender como é que o cristianismo foi vivido na Diocese de Viseu.
Outro acto relevante do ciclo comemorativo foi a apresentação das Constituições Sinodais que resultam de uma profunda reflexão sob as Constituições do Vaticano II, ao procurar uma identidade da Igreja Viseense, configurando-a com as propostas conciliares. D. Ilídio Leandro considera-as “a base para os planos pastorais dos próximos dez anos”. Algo que, diz “será concretizado em comunhão com toda a igreja
Na homília da Concelebracão na Sé Catedral, D. Ilídio Leandro, dez anos após a sua ordenação episcopal no mesmo templo, agradeceu “a todos os membros da igreja de Viseu o caminho ralizado”, afirmando que “foi o empenho de todos que ralizou o Sínodo” e “é o compromisso de todos que concretizará as conclusões”.
O prelado classificou de “histórica” a jornada religiosa para toda a diocese de Viseu.