Tecnologia inovadora desenvolvida em Viseu testa funcionários do Município

Fevereiro 5, 2021 | Sociedade

O Município de Viseu estabeleceu uma parceria com a Universidade Católica Portuguesa para a realização de rastreio da COVID-19 aos seus colaboradores. O teste recorre à metodologia inovadora, desenvolvida no ano passado pelo laboratório de investigação SalivaTec, para deteção de SARS-COV-2 em amostras de salivano decorrer de um projeto financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). A parceria já culminou com a primeira recolha de amostras.

Para além de se diferenciar dos testes disponíveis no mercado, uma vez que utiliza a saliva como meio de rastreio não invasivo, o método desenvolvido pelo laboratório recorre a uma estratégia inovadora, adequada para a testagem ampla de populações. A metodologia baseia-se no teste de grupos de amostras (pool de 20 indivíduos), defendida pelo “European Centre for Disease Prevention and Control (ECDC).

“Entendemos que, no combate à COVID-19, devemos utilizar todos as armas ao nosso dispor. A tecnologia desenvolvida em Viseu, no seio do CIIS – Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde da Universidade Católica, permite a massificação rápida do rastreio, com uma brutal redução de custos”, explica António Almeida Henriques.

Para a primeira recolha de amostras, o Município selecionou 100 colaboradores, afetos a áreas com maior exposição e risco, como os Bombeiros Sapadores, Espaços Verdes, Obras, Limpeza Urbana ou SMAS. Depois de conhecidos os resultados da primeira experiência, o rastreio deverá ser alargado a todo o universo da autarquia.

Segundo o Município de Viseu, este rastreio permite uma redução considerável dos custos, quando comparado com os testes de PCR convencionais. A título de exemplo, a testagem de 1000 indivíduos rondaria os 100 mil Euros se realizado por PCR convencional, e cerca de 7 mil euros, caso fossem utilizados testes rápidos de antigénios. A testagem da mesma população, através da estratégia de pools de amostras de saliva, custa cerca de 750 euros. Supondo que 5 dos 50 grupos testados apresentam resultados positivos, o custo passa a ser de 2250 euros.

Marlene Barros, diretora do Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde (CIIS) e responsável científica pelo Laboratório SalivaTec, considera que “a COVID19 acabou por funcionar como um acelerador da investigação e sua rápida transferência, resultando em soluções que ajudam a combater esta pandemia e com toda a certeza melhor nos preparam para fazer face a outras”.

A parceria estabelecida entre o Município de Viseu e a Universidade Católica Portuguesa, permite a utilização, pela primeira vez em Portugal, desta metodologia no terreno e junto de um universo alargado de indivíduos. A adoção deste método de rastreio, caso apresente resultados conclusivos e fiáveis, poderá contribuir para a rápida identificação de possíveis focos de contágio em empresas e instituições, especialmente escolas, lares de idosos, associações desportivas, órgãos de gestão e de proteção civil, entre outras.

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