A deputada Mariana Silva, do Grupo Parlamentar Os Verdes, entregou na Assembleia da República uma pergunta, questionando o Governo através do Ministério da Saúde, sobre o estudo epidemiológico aos ex-trabalhadores da ENU- Empresa Nacional do Urânio e seus familiares, em Canas de Senhorim. Um estudo que, no âmbito do Orçamento do Estado para 2020 entrou em vigor a 1 de abril, mas que, até à data, ainda não saiu do papel”. Mesmo “tendo em conta as doenças graves que afetam os ex-trabalhadores, nomeadamente as neoplasias malignas”.
Nestes últimos seis meses apesar do foco Ministério da Saúde estar centrado na resposta à COVID-19, “não deixa de ser igualmente importante dirigir esforços para dar resposta às demais doenças, mas também atuar a montante de forma a prevenir e a detetar doenças numa fase prévia evitando os danos irreversíveis para a saúde”, sublinha o Grupo Parlamentar Os Verdes, que, por essa razão, considera “determinante” a realização do estudo epidemiológico aos ex-trabalhadores da ENU e seus familiares.
“A atividade mineira de urânio em Portugal, deixou um passivo demasiado pesado com riscos para o ambiente e saúde pública que perduram no tempo dado o potencial radioativo deste minério”, argumentam Os Verdes, que questionam: “para quando se prevê a realização desse estudo?”.
Já no início deste século, na sequência de um Projeto de Resolução apresentado pelos Verdes, foi realizado um estudo epidemiológico, denominado MinUrar, centrado exclusivamente na comunidade local de Canas de Senhorim. Este estudo veio abordar os efeitos aos quais as populações que vivem nas proximidades das minas de urânio estão sujeitas, bem como os impactos que as escombreiras e com águas residuais ácidas ricas em metais pesados dessas mesmas minas exercem sobre a saúde dessas populações.