Viseu: radioterapia em dois anos com filiação no IPO de Coimbra

Maio 22, 2017 | Região

O Serviço de Radioterapia há muito reivindicado por Viseu poderá estar a funcionar dentro de dois anos no Centro Hospitalar Tondela-Viseu. O modelo preconizado prevê a sua filiação ao IPO de Coimbra. O anúncio foi feito em Viseu por Manuel Delgado, secretário de Estado da Saúde. O investimento ronda os cinco milhões de euros.

Segundo aquele membro do Governo, numa primeira fase será criado um “bunker”com um acelerador linear (máquina de tratamento). Para mais tarde, ainda sem prazos temporais definidos, é admitida a instalação de um segundo equipamento. A ampliação da unidade irá depender, segundo Manuel Delgado, do número de utentes a tratar. “Faz sentido tomar decisões à medida que as coisas vão acontecendo”, disse na visita ao Centro Hospitalar Tondela-Viseu.

O projecto global, com dois aceleradores lineares, rondaria os sete a oito milhões de euros. No entanto, como a instalação de um segundo equipamento irá ser ditada pelo aumento da procura por parte dos utentes, aquele montante poderá ser reduzido em cerca de 30%, o que atira o projecto inicial para um montante à volta dos cinco milhões de euros. “O financiamento tem de ser arranjado entre o Ministério da Saúde, fundos comunitários e o trabalho do Centro Hospitalar. Diria que estamos, de forma tripartida, a estudar a melhor forma de financiar o projeto, de forma a que, ainda este ano, se consiga pôr a concurso este acelerador linear e a instalação da radioterapia em Viseu”, informou o governante.

O presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Tondela-Viseu, Cílio Correia, afirmou que o projecto é estruturante na qualidade da terapêutica do doente oncológico em Viseu. “É uma boa notícia para a nossa comunidade, Serviço Nacional de Saúde e Centro Hospitalar, mas fundamentalmente para os nossos doentes e familiares, que assim veem abrir-se uma nova possibilidade para o tratamento da sua doença com conforto, segurança e qualidade”.

“Radioterapia ou centro oncológico?”. A notícia teve pronta reação da Comissão Política Distrital do PSD que, embora agradada com a decisão do Governo, que saúda, quer saber o que efectivamente vai ser criado/instalado em Viseu. Pese embora considerar que o projecto não é propriamente uma novidade, uma vez que havia sido já assumida pelo anterior Governo da Coligação PSD/CDS.PP.

Para o PSD, “é inaceitável que, mais de um ano depois, o Senhor Secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, realize uma sessão em Viseu para anunciar uma decisão que ainda não foi tomada e sobre a qual ainda residem dúvidas quanto à dimensão do projeto e ao seu financiamento”.

Com “espanto e perplexidade”, o PSD espera respostas a algumas dúvidas. Nomeadamente saber se o actual Governo tenciona criar em Viseu um Centro Oncológico ou apenas um Serviço de Radioterapia; quando será feita a apresentação pública do modelo que ainda se encontra em estudo; qual a calendarizacao efectiva do projecto; e quais as fontes de financiamento previstas “sabendo que os fundos  comunitários do “Portugal 2020” na área da saúde, já estão consignados”.

Por sua vez, a Federação Distrital e os deputados eleitos pelo PS saudaram a decisão anunciada pelo Secretário de Estado da Saúde em Viseu, da instalação do serviço de radioterapia no Centro Hospitalar Tondela- Viseu.

“Trata-se de uma decisão justa e que vai criar uma nova centralidade nesta área a partir da capital de distrito, reforçando as respostas e a qualidade do Serviço Nacional de Saúde na região.

Ao contrário do que aconteceu nestes anos recentes, o PS está de novo a olhar os anseios e as necessidades dos viseenses. Os anos de governação da Direita, que falava uma coisa e fazia outra – ou não fazia como no caso da radioterapia em Viseu – fragilizaram sempre os serviços de saúde”, refere o PS em comunicado.

Para o Presidente da Federação de Viseu do PS, António Borges, “a influência do centro Hospitalar Tondela/Viseu, EPE, é muito vasta e abrange em algumas valências os distritos da Guarda e Castelo Branco, servindo mais de 500 mil habitantes. É também isso que o Governo do PS está a reconhecer com esta decisão.

Os estudos de viabilidade e sustentabilidade, conhecidos nos últimos anos sempre reconheceram a necessidade da criação do Centro Oncológico de Viseu”.

 

 

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