Está constituído em Viseu, apadrinhado pelo secretário de Estado das Comunidades e do Ministério dos Negócios Estrangeiros, José Cesário, o primeiro Conselho da Diáspora regional criado no país. Integram-no 15 empresários e investidores em mercados como a Suíça, França, Luxemburgo, Brasil, Estados Unidos da América, Canadá e África do Sul, em sectores como o agroalimentar, a metalomecânica e o turismo. O objectivo, segundo Almeida Henriques, presidente da Câmara Municipal, é abrir um canal de contacto e relacionamento destes «embaixadores» com o potencial da cidade-região, e identificar oportunidades de internacionalização de Pequenas e Médias empresas naqueles mercados.
“Este é um fórum de diplomacia económica e é também mais um passo na concretização de uma estratégia de desenvolvimento económico e internacionalização da cidade-região de Viseu. Uma estratégia que reconhece as virtudes da diplomacia municipal e o potencial da cooperação com os nossos empresários na diáspora, com homens e mulheres de negócios bem sucedidos em diversos pontos do globo”, justificou Almeida Henriques, na cerimónia realizada no Salão Nobre da Câmara Municipal.
A constituição do Conselho da Diáspora de Viseu surge na sequência de outras iniciativas de diplomacia económica já encetadas pela Câmara Municipal, no âmbito do novo ciclo de desenvolvimento da cidade-região. Nomeadamente ao nível do fomento económico, de solidariedade e coesão social, de desenvolvimento cultural e de revitalização do centro histórico e aldeias do concelho.
“Viseu joga hoje todos os trunfos nas oportunidades de desenvolvimento”, garante o também ex-secretário de Estado da Economia, para quem a afirmação da cidade-região, enquanto destino económico e turístico, precisa de “apóstolos e de embaixadores para a internacionalização das nossas PME, dos nossos centros de saber, agricultura, indústria, e para a fixação de novos investimentos e parcerias comerciais”.
Almeida Henriques justifica toda esta estratégia com as vantagens de uma localização privilegiada de Viseu, no cruzamento de eixos de comunicação com o litoral e a região de Castilla y León, e servida pela rodovia mais exportadora do país. A que acresce o facto de ser o maior aglomerado urbano do interior, com 100 mil habitantes, e a cidade que mais cresceu em termos populacionais ao longo das últimas duas décadas.
Na mesma cerimónia, que incluiu a assinatura de um protocolo de cooperação entre a Câmara Municipal de Viseu e a Câmara de Comércio e Indústria Franco Portuguesa, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, sublinhou a importância e o papel do Conselho da Diáspora de Viseu, lembrando que há muitos portugueses e descendentes espalhados por todo o mundo. “Somos mais de 15 milhões. Não devemos, por isso, reduzir-nos e fechar-nos apenas neste ou naquele mercado. O desafio, hoje, é chegar cada vez mais longe”, exortou o governante
Entre outras iniciativas que, no âmbito das suas funções, tem desenvolvido a este nível, José Cesário sublinhou a criação do Gabinete de Apoio ao Investidor da Diáspora, da Plataforma 560.pt (rede de negócios e contactos), e dos gabinetes de apoio ao emigrante já existentes em 95 municípios. “Toda esta política de aproximação de Portugal à sua diáspora, tem de passar pelos municípios, numa relação que as autarquias devem aprofundar”, concluiu o secretário de Estado e viseense, José Cesário.
INCENTIVOS DIRECTOS AO INVESTIMENTO
A Câmara Municipal de Viseu vai lançar um sistema de incentivos locais ao investimento económico, tendo em vista a atracção e fixação de empresas e actividades e a criação de emprego. A sua aplicação decorrerá ainda no mês de Julho, com base num Regulamento, já aprovado, que prevê a atribuição de apoios financeiros directos, em função do investimento e dos postos de trabalho criados e equivalente à tributação municipal.
“Este é um passo de gigante numa política local de dinamização económica e atracção de investimento. É uma resposta pró-emprego, no interior, à impossibilidade dos municípios isentarem de impostos locais as empresas que investem”, reconhece Almeida Henriques.
O regime abrange todas as iniciativas empresariais privadas ou públicas que visem a sua instalação ou relocalização no concelho de Viseu, de carácter industrial, comercial e serviços de interesse municipal. “É uma lógica nova nas políticas municipais, que rompe com o modelo generalizado de apoio indirecto e casuístico ao investimento”, conclui o autarca.