Está formalizada a candidatura do Município de Viseu ao Portugal 2020. Se a mesma for aprovada, como está a contar o executivo viseense, o Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU) de Viseu terá condições para avançar. O conjunto de investimentos propostos representa um investimento global, público e privado, de cerca de 18 milhões de euros, 13 milhões dos quais (72 por cento) financiados pelos fundos comunitários. Nesse cenário, o Município avançará com uma comparticipação de 3 milhões de euros (18 por cento) de fundos próprios, enquanto os investidores privadas representam perto de 2 milhões (10 por cento).
A presente candidatura abre as portas do financiamento comunitário a investimentos importantes para o concelho de Viseu, designadamente nos domínios da regeneração urbana, da inclusão e da revitalização de bairros sociais e da promoção de uma mobilidade urbana eficiente e sustentável.
O presidente da Câmara Municipal de Viseu, Almeida Henriques, considera que a presente candidatura “reflecte uma ambição com os pés bem assentes na terra”, apesar de colocar o concelho “no patamar mais avançado das políticas urbanas”, apresentando uma forte vocação social, económica, patrimonial e de eficiência da mobilidade urbana.
“Vai acontecer uma verdadeira revolução na área dos transportes”, vaticina Almeida Henriques, que enfatiza algumas das novidades incluídas no plano de mobilidade sustentável. Para além da requalificação da Central de Camionagem e a sua transformação num centro de mobilidade inteligente, o autarca salienta ainda a melhoria da cobertura dos transportes públicos com o sistema «on demand» (acção complementar no âmbito da nova concessão de transportes urbanos)”, a monitorização da rede de transportes e dos parques de estacionamento, e a introdução de sistemas de carsharing (partilha).
O lançamento da primeira fase da rede ciclável urbana do concelho, com uma extensão de seis quilómetros; a reabilitação de mais de 30 mil metros quadrados de espaços abertos e de algumas artérias prioritárias do centro histórico; a reabilitação das 85 habitações no Bairro Municipal de Viseu; e o estímulo à reabilitação integral, térmica e acústica de vários edifícios públicos e privados, são outros tantos projectos que o Município viseense projecta lançar.
O PEDU de Viseu, que se prolonga no tempo até 2022, assenta em três planos estratégicos já consolidados na autarquia: VISEU PRIMEIRO 2013/2017 (Dezembro de 2013), VISEU VIVA e VISEU EDUCA (Setembro de 2014. E apresenta três eixos estruturantes, a partir dos quais serão projectadas as diversas intervenções: Plano de Acção de Regeneração Urbana, Plano de Acção Integrado para Comunidades Desfavorecidas, e Plano de Mobilidade Urbana Sustentável.
A revitalização do Mercado 2 de Maio e do Mercado Municipal, e dos bairros da Balsa, Municipal e da Misericórdia, são também projectos contemplados na candidatura. Documento que tem cinco prioridades estratégicas que vão, no seu conjunto, muito para além do tecido urbano, uma vez que irão beneficiar o concelho no seu conjunto: o reforço da acessibilidade e mobilidade concelhia, em meio urbano e não urbano; o potenciar da atractividade sócio-económica numa ligação directa aos polos de ensino e ao capital humano da região; o combate às assimetrias e a promoção da coesão, nomeadamente nos bairros centrais; a promoção de actividades em prol da promoção deemprego; e a promoção da inclusão e o combate ao envelhecimento.
“Não estamos perante um programa virado para apenas para obras. Isto não é um projecto de obra. É um projecto integrado virado totalmente para as pessoas”, realça Almeida Henriques.