Viseu aprova ligação para Coimbra, mas sem portagens no IP3

Agosto 29, 2015 | Região

O presidente da Câmara Municipal de Viseu saúda a proposta de ligação de ligação rodoviária entre Viseu e Coimbra, recentemente apresentada em Mortágua pela Infraestruturas de Portugal (IP) e agora designada como corredor «Via dos Duques», mas já fez saber que a solução apresentada deve respeitar os pressupostos em que assenta: “que o IP3 se manterá sem portagens, e que a construção do IC 37 (que fará a ligação de Viseu ao IC12) se concretize com prioridade e em perfil de autoestrada”. E também não está na disposição de aceitar atrasos no lançamento da obra ditados pelo período eleitoral.

Em comunicado enviado à comunicação social, Almeida Henriques afirma que se revê no “desenho e na solução apresentada”, e reconhece ainda que com a ligação a sul de Coimbra, que sempre defendeu, “Viseu ganhará também na sua ligação ao Oeste, a Lisboa e ao Algarve, encurtando a distância-tempo”.

Apresentada pelo presidente da Infraestruturas de Portugal, António Ramalho, numa cerimónia presidida pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, a proposta de ligação rodoviária entre Viseu e Coimbra, com “financiamento privado e assente, exclusivamente, em risco de tráfego”, prevê a manutenção, modernização e melhoria de capacidade do actual IP3, passando por um corredor desenhado em quatro etapas e aberto a eventuais alternativas decorrentes da fase em curso de discussão pública do projecto que decorre até ao final do ano.

A solução apresentada aponta para o aproveitamento do Itinerário Complementar (IC) 12, já construído, e de um troço de autoestrada existente, “que significa mais de 25% da distância entre os dois destinos”; duplicação do troço Aguieira – Santa Comba Dão, com rentabilização de um investimento recente da Infraestruturas de Portugal no atravessamento da Barragem da Aguieira; construção de um prolongamento do IC12 com uma extensão de 22 quilómetros, que vai até à autoestrada (A25) em Mangualde, com nós em Canas de Senhorim, Nelas, Mangualde e A25; e prolongamento da A13, que termina em Coimbra Sul, até à Barragem da Aguieira, com nós em Coimbra Norte, Penacova e Aguieira.

“É um projecto consistente, reflectido e ponderado, para uma via que foi considerada prioritária para ser lançada logo a seguir ao túnel do Marão e mesmo antes que o IP5 Vilar Formoso e do IC16”, sublinhou António Ramalho.

Para o presidente da Câmara Municipal de Viseu, a proposta traduz-se em ganhos de “mobilidade, coesão territorial e atractividade económica” para as regiões de Viseu e Coimbra. “Alguns territórios serão ainda desencravados com esta infraestrutura. Por outro lado, a solução apresentada permite uma aproximação regional importante entre Viseu, Nelas, Seia e Gouveia”, acrescenta o autarca.

No mesmo documento, Almeida Henriques conclui que a racionalidade da operação proposta para o actual IP3 “reforça as condições da sua viabilidade económica, que não devem ser embaraçadas ou postas em causa pelo período eleitoral”. “A execução da «Via dos Duques», como foi baptizada de forma feliz, é um imperativo. Uma ligação entre Viseu e Coimbra em perfil de autoestrada constitui um desígnio na protecção de vidas, na coesão territorial e no desenvolvimento do país”, acrescenta o autarca.

 

© 2020 Jornal Via Rápida Press. Todos os Direitos Reservados.