A partir do próximo dia 22 de Outubro, e durante um mês, os viseenses vão poder apreciar, avaliar e debater, com os próprios autores, os 17 projectos admitidos no concurso de ideias para a cobertura do Mercado 2 de Maio. Três deles lograram já conquistar as preferências de um júri especializado para os três primeiros lugares.
No arranque de 2016, se o processo se desenrolar como está previsto, as obras terão início. E com elas, um novo futuro se abre para a “mais emblemática praça do Centro Histórico da Cidade”, como a classifica o presidente do município, Almeida Henriques.
Requalificada há 13 anos a partir do traço do arquitecto Siza Vieira, e apesar da sua pública discordância, o equipamento passará a ter uma cobertura que garantirá a sua utilização durante os 365 dias do ano. O antigo mercado, de tão gratas recordações para gerações de viseenses, voltará a ser uma âncora a estimular o investimento, o turismo, a criatividade e o desenvolvimento económico e social da cidade.
O processo de revitalização do 2 de Maio resultou do concurso de ideias lançado pela Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) VISEU NOVO. Ao todo, foram recebidas 33 propostas, das quais 17 foram admitidas à apreciação técnica e votação por parte do júri do concurso.
Constituído por representantes da Ordem dos Arquitectos do Norte, da SRU, da Câmara Municipal, do “VISEU Estaleiro – Escola” e do Instituto Politécnico de Viseu, o júri elegeu os três primeiros classificados com base em critérios de “originalidade e inovação”, “fundamentação técnica e económica”, “sustentabilidade ambiental e paisagística”, “articulação com a envolvente” e “valorização e regeneração urbana”.
João Pedro Coelho Loureiro (1º classificado), de Viseu, Machado + Braga Macedo Arquitectos (2º classificado), de Braga, e Domitianus- Arquitetura (3º classificado), de Lisboa, foram os vencedores.
Almeida Henriques acredita que, “a nova vida do Mercado 2 de Maio fará justiça ao valor patrimonial e ao carinho da comunidade por aquela que é a praça mais emblemática do Centro Histórico da Cidade”. O autarca alerta, contudo, que o processo não está fechado. E que o “debate público, aberto, participado e esclarecedor” que irá ter lugar, durante um mês, “será um ponto de partida e não de chegada” de um desafio que pretende o mais participado possível.
O presidente da Câmara de Viseu reconheceu que seria mais fácil encomendar um projecto de cobertura e proceder à sua instalação, mas preferiu encarar o desafio, mesmo que isso possa gerar alguma polémica, de envolver os viseenses na consolidação de um equipamento que é uma das jóias do centro histórico viseense.
Aquando do lançamento do concurso de ideias para a instalação de uma cobertura no 2 de Maio, que possibilitasse a sua utilização, multidisciplinar, durante todo o ano, e não apenas nos meses de Verão, a autarquia desafiou o arquiteto Siza Vieira a reinterpretar o seu próprio projecto de requalificação do espaço. A resposta foi um não veemente. E críticas àquilo que o arquitecto portuense considerou ser uma “agressão” a uma obra de autor.