“Solidário” com a luta encetada pelo vizinho Município de Aguiar da Beira, o presidente da Câmara de Penalva do Castelo, Francisco Carvalho, entende que é chegado o momento de dizer “basta” ao encerramento de estações dos CTT no interior do país. Um “recado” que Rosa Monteiro, secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade levou para o Terreiro do Paço, depois de ter presidido à cerimónia de abertura da XXIII Feira da Maçã «Bravo de Esmolfe», onde deu conta de algumas medidas activas de diferenciação para com o mesmo interior do país, desenvolvidas pelo Governo.
Francisco Carvalho aproveitou a presença e as funções de que está investida a também viseense Rosa Monteiro, para sublinhar que “a Igualdade ainda está com um défice muito grande no interior do país, onde temos que fazer sempre três vezes mais”. E para inverter esta situação, pediu-lhe, “encarecidamente”, que exerça toda a sua influência junto do Governo de modo a “estancar esta ideia” de encerramento de estações dos CTT.
Perante o encerramento de uma estação dos CTT e deixar este serviço entregue a um espaço comercial, as consequências, segundo Francisco Carvalho, não são as melhores para as populações. “Entre ir a espaço comercial comprar um saco de batatas, um saco de cebolas e, pelo meio, fazer um registo, é óbvio que este serviço não terá a mesma qualidade e a confidencialidade que se exige nesse atendimento. Para além da falta de disponibilidade do agente em ajudar no preenchimento de papéis, sobretudo quando se trata de atender a população mais idosa. O comerciante não está para isso, e não será desta forma que os municípios vão conseguir travar a desertificação no interior do país”, assegura o presidente da Câmara de Penalva do Castelo.
Francisco Carvalho sublinhou que já se encerrou muita coisa no interior do país e receia, por isso, que aumente a percentagem da população que vive em 20 por cento do território (no litoral), que é hoje de 80 por cento.
A secretária de Estado da Cidadania e Igualdade ouviu, e fez questão de sublinhar que o Governo “não ignora os problemas de territórios como Penalva do Castelo”, nomeadamente através de uma aposta em parcerias que têm contribuído para a construção de soluções que contrariem o abandono e o fecho de serviços”. Isto numa alusão também à recente criação de uma secretaria de Estado para o Interior.