A Câmara Municipal de Tondela está a investir cerca de meio milhão de euros em obras de requalificação das Termas de Sangemil. Um equipamento com três dezenas de anos, a necessitar, por isso, de uma intervenção estrutural profunda para que continue a manter a sua “importância vital na estratégia de desenvolvimento do concelho e do território, sobretudo na área da saúde”, sublinhou o presidente da Autarquia, José António de Jesus, no dia em que a estância abriu oficialmente para mais uma época balnear que se prolonga até 30 de Novembro.
Com cerca de 100 mil euros já aplicados em acessibilidades e arranjos exteriores, a Autarquia tondelense não vai continuar à espera de «luz verde» a uma candidatura apresentada aos dois últimos quadros comunitários de apoio para a requalificação das actuais instalações e construção de um novo balneário. E avança mesmo para as obras mais urgentes, com recurso a outros apoios e a capital próprio, com o objectivo de continuar a potenciar a qualidade, excelência e diferenciação das Termas de Sangemil.
“Esta é uma opção que está tomada. O balneário é para reabilitar e para colocar, dentro do seu nível, num quadro de grande competição à escala regional. Integradas numa Comunidade Intermunicipal [Viseu Dão Lafões] onde se localizam as maiores termas da região e do país, sabemos que o grau de exigência é muito mais elevado, pois temos outros territórios a competir”, justificou José António de Jesus.
“Numa estimativa muito realista”, a Câmara Municipal de Tondela “não tem margem para investir menos de meio milhão de euros” na reabilitação do balneário e na execução de novas captações. E vai fazê-lo, “seja com recurso a alguns apoios em sede do Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos, o POSEUR, na área da valorização energética e das captações, seja com recurso a capitais próprios”, garantiu o autarca.
Após uma recente remodelação ao nível da cobertura e pintura de fachadas, as situações “mais críticas” nas Termas de Sangemil incidem agora, e sobretudo, na estrutura técnica em que se incluem as galerias de acesso às condutas e todos os circuitos integrados.
“Em primeiro lugar vamos reabilitar aquilo que são as estruturas base e, num segundo momento, avançar para um plano de negócios que possa abrir uma opção de concessão a entidades que connosco queiram trabalhar neste domínio. Durante este verão teremos todo o plano de investimento definido, e o grau de execução será gradual em função das fontes de financiamento”, explicou José António de Jesus.
Com uma estabilização na ordem dos 700 utentes ao longo dos últimos três anos, o objetivo é começar agora a recuperar com estratégias de marketing e acções consolidadas. Uma recuperação que só será viável, sustenta o autarca, “se a estância termal tiver qualidade reconhecida”.
Ao nível das áreas envolventes, as atenções da Autarquia centram-se ainda na necessidade de uma intervenção junto ao rio, ditada pela deslocação de areias provocada pelas chuvas de fevereiro. “Com celeridade e com a intervenção de quem tutela no domínio hídrico, pretendemos vir a estabilizar essa margem do rio, para que com o crescimento normal dos utentes desta unidade as condições envolventes correspondam aos parâmetros elevados que desejamos para esta área”, concluiu.