Duas décadas e meia depois (1989) de as Linhas Aéreas Regionais (LAR) terem unido Viseu às principais cidades portuguesas, durante dois anos, os aviões voltam a aterrar e a levantar voo nesta cidade. A quadra natalícia marca o início da carreira aérea comercial Bragança, Vila Real, Viseu, Tires (Cascais) e Portimão, que irá prolongar-se ao longo dos próximos três anos.
A nova ligação aérea regional Norte/Sul está a cargo da Companhia Aero Vip, do Grupo Seven Air. A concessão contempla um apoio do Estado, durante a sua vigência, na ordem dos 7,8 milhões de euros, assumido que foi o interesse público do projecto. Na base dos pressupostos do interesse público, está a inexistência ou escassez de ligações rodoviárias e ferroviárias no interior do país.
A concessionária utiliza um avião com capacidade para 18 passageiros. A viagem entre Bragança e Portimão terá a duração de duas horas e 50 minutos no sentido descendente (descola às 7,30 horas e aterra às 10.05 horas) e a viagem de regresso poderá durar mais de sete horas. O custo total, ida e volta, ascende a 146 euros. A viagem prevê escalas em Vila Real, Viseu e Cascais. Neste último caso, a ligação rodoviária ao Marquês de Pombal será realizada sem quaisquer custos para os passageiros.
A tarifa base, ida e volta, nas restantes ligações, prevê: Vila Real/Portimão ronda os 136 euros; Viseu/Portimão 130 euros; Cascais/Portimão 105 euros; Bragança/Cascais 140 euros; Bragança/Vila Real 32 euros; Bragança/Viseu 58 euros; e Vila Real/Viseu 32 euros.
A presente ligação aérea funcionará a duas velocidades. No Verão, entre Março e Outubro, de segunda-feira a sábado, estão previstas pelo menos duas viagens de ida e volta. No Inverno, de Novembro a Fevereiro, haverá uma viagem de ida e volta por dia, também de segunda-feira a sábado. Neste último período, a viagem de regresso de Norte para Sul ou vice-versa, só se fará no dia seguinte. A administração da empresa alega razões de “operacionalidade” para o desenho de voos para já definidos.
A decisão de avançar com a ligação aérea intercontinental foi tomada em Conselho de Ministros de 1 de Dezembro de 2014. O concurso público internacional foi publicado no Jornal Oficial da União Europeia em 24 do mesmo mês. O projecto foi justificado com a importância que lhe é reconhecida em prol “da coesão social e territorial” do país.
Em 2012, o Governo suspendeu os voos entre Bragança, Vila Real e Lisboa, alegadamente devido à indisponibilidade de Bruxelas em autorizar o financiamento anual de 2,5 milhões à Aero Vip.
O presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, acredita que a retoma da carreira aérea entre o Norte e o Sul e o interior e o litoral do país pode ser benéfica para a região, nomeadamente ao facilitar a captação de novos investimentos. O autarca, que já quando desempenhava funções na presidência do Conselho Empresarial do Centro defendia idêntica solução, garante que os empresários reconhecem que o projecto é “uma mais-valia” para Viseu.