Com a conclusão do projecto de execução da requalificação do IP3 adiada por mais um ano (estava prevista para o início de 2020 e passou agora para o último trimestre de 2021) anunciada recentemente pelo ministro das Infraestruturas e Habitação, os autarcas da região não escondem a sua preocupação face à nova calendarização dos trabalhos. A CIM Viseu Dão Lafões já veio a terreiro reiterar a necessidade de ser cumprido o calendário antes previsto e comunicado pelo Governo, “donde resultaria a conclusão do projeto de execução no início do próximo ano”.
Em nota enviada à comunicação social, aquele organismo intermunicipal, que integra 14 municípios da região, sublinha que a intervenção no IP3 é a que assume no país “um carácter mais urgente”, e reforça mesmo que se trata de “um desígnio nacional”.
“Não se compreende, então, que não lhe seja dada a relevância política e que tudo seja feito para se cumprir um imperativo, reconhecido por toda a Assembleia da República, e se assumam os menores prazos, sem arrastar esta obra para um prazo incompreensível”.
No mesmo comunicado, a CIM Viseu Dão Lafões manifesta a sua “forte convicção” de que os prazos agora anunciados para a conclusão do projecto de execução, deixam fortes preocupações a todos os autarcas desta Comunidade Intermunicipal, assim como a todas as suas populações. “Levam-nos para o último trimestre do ano de 2021, o tempo em que se prevê fique concluída a elaboração dessa peça imprescindível para se colocar a obra em concurso público”, conclui o Conselho Intermunicipal da CIM Viseu Dão Lafões.
Todos estes argumentos levam os autarcas da região a “exortar” o ministro das Infraestruturas e da Habitação, assim como as Infraestruturas de Portugal (IP), a diligenciarem no sentido de serem acelerados todos os trabalhos da fase de anteprojeto/projeto base e do consequente estudo de avaliação de impacto ambiental.
Entende o Conselho Intermunicipal que respeitando os prazos legais das consultas públicas, “é possível gerir as etapas de forma a que não sejam despendidos mais de dois anos até se chegar à fase do início das obras”.
Mais conformados com a nova calendarização dos trabalhos, que levam a que a intervenção no IP3 fique concluída em 2024, estão os empresários da região. João Cotta, presidente da Associação Empresarial da Região de Viseu e do CERV – Conselho Empresarial da Região de Viseu reconhece que os prazos apresentados no dia 19 de janeiro “não eram exequíveis”, pelas exigências diversas e a extensão da obra. Embora ressalve que (na reunião com o ministro) “foi ratificado por todos a grande urgência desta obra, pela segurança rodoviária dos cidadãos e pelo desenvolvimento regional”.
Segundo o novo cronograma apresentado na mesma reunião como “fiável e exequível” pelo presidente da Infraestruturas de Portugal (IP), a primeira fase da obra já está em curso, sendo que a segunda, devido à sua complexidade e para não haver interrupção total da via, vai ser dividida em três empreitadas.
“Não sendo esta a solução mais desejada”, o presidente da AIRV assume, também em comunicado, que foram aceites por todos os novos prazos apresentados. “Foi assumido pelo Governo e pela IP o compromisso de tudo fazer para cumprir o cronograma apresentado. Ficou definido que as partes se irão encontrar com regularidade para avaliar a evolução deste projeto, num clima de total lealdade e transparência”, refere João Cotta.