As comemorações do 5 de outubro – Dia da Implantação da República – adquiriram este ano, no concelho de Lamego, um simbolismo muito especial com a realização de uma sessão solene nos Paços do Concelho que recordou aqueles que ao longo de 100 anos de poder local exerceram funções de primeiros responsáveis pelo Executivo ou presidiram ao órgão representativo de todos os munícipes após a restauração da democracia.
Numa altura em que o municipalismo está “sob forte pressão” no país, os oradores do encontro, Francisco Lopes e José Carrapatoso, reviram na evolução da cidade e do concelho “o papel de todos os que se dedicaram com generosidade ao serviço da comunidade em funções políticas ou outras”.
Muitos familiares e amigos de antigos autarcas aceitaram o convite endereçado pelo Município de Lamego para se associarem a esta homenagem que ficará perpetuada para sempre com a exposição de uma galeria fotográfica dos eleitos, patente ao público no Salão Nobre. Para o próximo 25 de abril também está prometida a edição de uma publicação com as notas biográficas e os aspetos mais relevantes da sua ação autárquica.
Após enfatizar a forte tradição municipalista do país, “de pendor claramente identitário”, Francisco Lopes recordou os contextos bastante diversos perante os quais os ex-presidentes desenvolveram o seu trabalho. (…) e vaticina que o municipalismo de pendor “executor” caminha, no século XXI, para um novo paradigma: “Dará lugar a um governo local com um papel mais facilitador ou catalisador da ação de redes complexas de decisão das políticas públicas, envolvendo múltiplos atores da comunidade, bem como novos mecanismos de prestação de contas e de afirmação de lideranças”.
Neste momento, à cabeça das preocupações dos atuais responsáveis surge a questão do novo Hospital, conforme enfatizou José Carrapatoso, presidente da Assembleia Municipal: “Contamos com a solidariedade de toda a comunidade, sendo contínua a luta para modificar o seu programa funcional, de modo a prestar às gentes de Lamego e da região do Douro Sul, bem como ao crescente fluxo de turistas que nos visita, assistência na saúde em condições de equidade com o todo nacional. É imperioso que o novo hospital de Lamego disponha de camas para tratar doentes agudos”, concluiu.