Viseu é o primeiro município do país a aprovar um novo modelo de transportes e mobilidade no âmbito da nova legislação para este sector. Uma mudança de “paradigma”, reconhece o presidente do Município, Almeida Henriques, confiante de que o mesmo terá positivas repercussões a nível social, ambiental, de desenvolvimento económico e aumento da qualidade de vida dos cidadãos. O concurso público internacional já foi aprovado em reunião do executivo, com os votos favoráveis do PSD e do PS, e com a abstenção do vereador do CDS-PP.
O plano de Mobilidade Urbana de Viseu (MUV), a lançar a partir do primeiro semestre de 2017 no âmbito deste concurso internacional, terá várias novidades. A criação de um sistema de transportes “a pedido” (“on demand”) será uma delas. A implementar em seis freguesias de baixa densidade (Calde, Cavernães, Cota, Ribafeita, S. Pedro de France e União de Freguesias de Barreiro e Cepões), irá permitir a um mínimo de quatro habitantes pedir transporte com hora marcada. A viagem até ao futuro Centro de Operações de Mobilidade, actual Central de Camionagem, custará menos de dois euros.
O Município garantirá, ao longo dos 10 anos da concessão, um financiamento do MUV com um tecto máximo de 8 milhões de euros, o que irá permitir o lançamento de vários outros projectos em busca de uma maior eficiência. Está neste caso a nova rede e concessão dos transportes públicos urbanos que, além de explorar as 20 linhas da rede actual, lançará uma nova entre Viseu e Silgueiros.
Serão criados dois novos circuitos urbanos que farão a ligação a parques de estacionamento, estabelecimentos de ensino e centros comerciais. Os passageiros poderão também aceder, através das novas tecnologias (smartphones) ou nas paragens dos autocarros, aos tempos de espera previstos.
As questões ambientais e a acessibilidade de cidadãos com mobilidade reduzida, serão factores de especial ponderação na nova concessão.
O acesso ao centro histórico continuará a ser feito com autocarros eléctricos pela linha azul, com pontos de informação ao longo do percurso. A cobertura do sistema de transportes, em período escolar, prevê ainda o aumento, tanto quanto necessário, de circuitos escolares especiais.
Um dos eixos fundamentais do MUV será a alteração a introduzir no funcionamento do funicular. Aquele transporte que liga a Sé ao Campo de Viriato, passará a circular apenas nos meses de Julho, Agosto e Setembro e em dias e eventos especiais, assumindo aquilo que o Município classifica de “vocação de cariz turístico”. Esta alteração vai permitir uma poupança avultada, ao reduzir o custo actual na ordem dos 230 mil euros para os 100 mil euros/ano.
O concurso público internacional agora lançado para o MUV põe fim à concessão de transportes públicos urbanos de Viseu (actual STUV) que vigora desde 1995. A Câmara de Viseu pretende que a nova concessão responda às necessidades das pessoas, da economia e do crescimento urbano, introduzindo novos objectivos de eficiência e criação de alternativas à utilização do automóvel particular.