“Esta rua (Direita) não acaba aqui” consolida “Jardins Efémeros”

Julho 5, 2013 | Região

 

 

A “insistência” da organização de “Jardins Efémeros” em promover um evento que não desiste de transformar o centro histórico de Viseu num espaço florido, culturalmente activo e socialmente atractivo, com muita gente dentro, começa a dar resultados. A começar, desde logo, pela terceira edição desta iniciativa, a decorrer entre 22 e 28 de Julho, agora durante mais tempo (sete dias e sete noites), e alargando-se a novos espaços (ruas Direita, Formosa e do Comércio, Mercado 2 de Maio e Adro da Sé).

A Rua Direita, palco prometido de múltiplas actividades culturais, acaba por afirmar-se como paradigma do inconformismo de uns tantos, que a organização quer alargado a muitos mais, para com lugares que só por si não conseguem cativar as gentes que lhe darão vida. “Esta rua não acaba aquí” é, mais do que um mero slogan, uma desafio. Um desafio no sentido de retomar para a Rua Direita, como para outros pontos da cidade, o conceito de espaços de “liberdade e opções” e de “multitudes”, como declara João Luís Oliva em editorial. O que não significa que tenha de voltar a ser, como já foi, um espaço de “multidões”.

Responsabilidade da arquitecta Joana Astolfi, o projecto para a Rua Direita quer valorizar o comércio tradicional através da revitalização de dezena e meia de lojas, com o envolvimento de alunos de Arquitectura da Universidade Católica de Viseu. Lojas devolutas, artes cénicas e outras.

É com este espírito de continuar a pensar a cidade como um “um lugar com gente dentro”, que os “Jardins Efémeros” regressam com exposições, concertos, cinema, dança, multimédia, debates, conferências, fotografia, oficinas, workshops. “Tudo isto vai acontecer na «rua» e na ideia de que ela existe para ser vivida pelas suas gentes”, sustenta Sandra Oliveira, da organização. “Queremos que estes Jardins sejam o ponto de partida para uma estratégia de pensamento global na construção de um plano de urbanismo. Mais do que o usufruto da própria programação, é colocar a sociedade civil e as forças vivas em debate para encontrar estratégias de futuro”, acrescenta.

Criado e organizado pelo CUL DE SAC e financiado pela Câmara de Viseu em 80 mil euros, “Jardins Efémeros” contam ainda com o apoio da ADDLAP (Associação de Desenvolvimento de Dão Lafões e Alto Paiva) e de um vasto número de outros parceiros.

Durante sete dias e sete noites, 18 oficinas, a envolver mais de 1200 pessoas, e este ano num espaço mais alargado, vão desenvolver actividades como o teatro, a dança, a pintura, instalações multimédia, música, gastronomia, cinema, conferências, literatura e fotografia. Tudo isto num cenário verde e florido, este ano tornado mais amigo do ambiente pelo recurso a 150 toneladas de árvores a espalhar pelo casco granítico do centro histórico.

“Gosto muito desta ideia. Porque tem a virtude de quebrar com a austeridade que normalmente caracteriza os centros históricos. E se funcionar o efeito multiplicador das primeiras duas edições, esta terceira será também um verdadeiro êxito. Vamos ter a cidade e o centro histórico completamente cheios”, garantiu Fernando Ruas, presidente da Câmara Municipal de Viseu, na apresentação do evento.

 

  

 

 

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