Duelo à vista entre José Junqueiro (PS) e Almeida Henriques (PSD) em Viseu

Janeiro 27, 2013 | Região

 

Preto no branco, e com a «chancela» de António José Seguro, José Junqueiro assumiu, finalmente, a sua candidatura à presidência da Câmara Municipal de Viseu pelo Partido Socialista. Sem surpresas. O anúncio feito durante as Jornadas Parlamentares do PS que decorreram nesta cidade, apenas veio confirmar um desfecho há muito esperado, pese embora as dúvidas de alguns militantes, sobretudo daqueles que já começavam a «desesperar» com o «nem ata nem desata» de Junqueiro. Com este regresso ao combate autárquico, o actual deputado e ex-secretário de Estado socialista, vai agora disputar a presidência da câmara da capital do distrito, não com Fernando Ruas (impedido de se recandidatar por ter atingido o limite de mandatos), como aconteceu em 1993, mas, e ao que tudo indica, com Almeida Henriques, actual secretário de Estado da Economia e presidente da Assembleia Municipal.

“Nunca neguei nenhum bom combate e este é mais um com sentido muito particular porque é pela minha terra, pelo meu concelho”. Foi desta forma que Junqueiro, para quem “momentos há na vida em que é preciso dar um contributo”, respondeu ao repto que lhe foi lançado em Viseu por António José Seguro. Com a concelhia socialista, liderada por Lúcia Silva a dar o «empurrão» que tardava à candidatura do também actual vice-presidente da bancada parlamentar do PS na Assembleia da República.

“…o PS fez uma óptima escolha para liderar a equipa que se vai apresentar aos cidadãos viseenses nas eleições autárquicas deste ano”, reconheceu, em comunicado, aquela estrutura partidária que, para que não restem dúvidas, assevera ainda que o Partido “está unido e mobilizado em torno desta candidatura”.

Com o anúncio da candidatura do socialista José Junqueiro à Câmara Municipal de Viseu, a bola passou agora para o lado dos social-democratas, a viverem, segundo alguns observadores políticos, um notório clima de “tensão interna” em torno da sucessão ao carismático Fernando Ruas. Que terá de ser dissipada até finais do mês de Março, altura em que o candidato do PSD deverá ser anunciado oficialmente.

Para além de Almeida Henriques, outros candidatos a candidatos pelo PSD têm vindo a ser ventilados, como são os casos de Américo Nunes, actual vice-presidente da Câmara de Viseu, de Guilherme Almeida, vereador e presidente da concelhia laranja, e até de Carlos Marta, presidente da Câmara de Tondela, onde também está prestes a atingir o limite de mandatos, embora fontes que lhe são próximas tenham já garantido ao «VR» que Carlos Marta “só encararia uma eventual candidatura a Viseu como independente”. O mesmo se diz em relação a José Costa, actual vice-presidente do Instituto Politécnico de Viseu.

Com Junqueiro na corrida pelo PS, “o PSD vai ter que apostar forte no seu candidato”, reconheceu ao «VR» um destacado militante social democrata, que encara como “candidato natural” à sucessão de Ruas, o actual secretário de Estado da Economia, Joaquim Almeida Henriques. Uma convicção partilhada por muitos outros militantes, que apenas receiam que “algo de anormal”, venha obstaculizar esta candidatura. Nomeadamente a vontade de Passos Coelho em deixar, ou não, que Almeida Henriques saia do Governo.

Neste caso, sustenta outro militante, Mota Faria, actual presidente da Distrital laranja, “pode surgir como uma inevitabilidade” a disputar a presidência da Câmara Municipal de Viseu. “Mas, apenas e só, se Almeida Henriques não estiver disponível para corporizar o «combate» com Junqueiro”, preconiza outro militante, para quem Mota Faria “é dos poucos políticos que coloca sempre os interesses locais e do Partido, acima dos interesses pessoais”.

Com um «duelo» à vista entre Junqueiro e Almeida Henriques, a campanha para as eleições autárquicas em Viseu ganha novas perspectivas em relação aos resultados finais, ao contrário do que aconteceu em campanhas anteriores. Isto num cenário em que os socialistas “poderão beneficiar, não só da actual conjuntura de insatisfação política, mas também dos votos urbanos em Viseu”. “O problema, contrapõem outros observadores, são os votos rurais, onde a estrutura do PS ainda não está bem montada, e a própria reorganização das freguesias, que vem naturalmente criar novas dinâmicas eleitorais”. Perante isto, “qualquer desfecho é possível”, admitem.

 

 

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