Em contraciclo com o que acontece na maioria dos estabelecimentos de ensino superior, sobretudo universitário, onde a diminuição generalizada do número de alunos, agravada pelo atraso no pagamento de propinas, é preocupante, o Instituto Politécnico de Viseu (IPV) continua a manter, no conjunto das suas escolas, a “média anual elevada” de estudantes que fazem da Instituição uma das mais frequentadas do país, em relação às suas congéneres. O presidente, Fernando Sebastião, atribui essa estabilidade ao regresso a Viseu, ditado pela crise, de muitos alunos que tinham optado por estudar fora.
Sem esconder que os efeitos da crise estão a reflectir-se, sobretudo, na diminuição de candidatos ao ensino superior, Fernando Sebastião reconhece, no caso do IPV, que esse problema ainda não é preocupante. “Temos registado, nos últimos anos, um número elevado de matrículas de estudantes originários de Viseu, que estão a regressar à cidade para aqui concluírem a sua formação, oriundos de universidades e politécnicos e todo o país. Uma situação que nos permite manter a “elevada média anual” de mais de 6.000 estudantes ”, reconhece o responsável.
Para Fernando Sebastião, os cerca de 300 alunos que, em média, estão a regressar nos últimos anos à cidade de Viseu e a inscreverem-se no IPV, representam “um contingente muito importante” para esta instituição de ensino superior. Com a particularidade “gratificante” de muitos destes estudantes, já em condições de comparar a formação que tinham nos estabelecimentos que frequentavam com a que aqui lhes é ministrada, estarem a dar um «feedback» “muito favorável sobre o IPV e as suas Escolas”, acrescenta Sebastião.
Em relação ao tão mediatizado problema do atraso no pagamento de propinas, sentido em muitos estabelecimentos de ensino superior, Fernando Sebastião reconhece que no IPV, onde o valor mínimo se mantém nos 900 euros/ano, essas dificuldades “são pontuais”. Embora admita também, nos últimos anos, um “aumento residual” de situações de incumprimento que, apesar de tudo, “sempre existiram”. E foi para dar resposta a casos de “comprovada carência”, que a Instituição alterou os regulamentos para permitir modalidades alternativas de pagamento, nomeadamente o alargamento de prazos ou a sua liquidação em prestações mensais.
Outra das alterações introduzidas – uma medida que tem impedido o agravamento da situação e que “não existia” noutras instituições que a deixaram prolongar por tempo demasiado -, tem a ver, segundo Fernando Sebastião, com o facto de o IPV avisar, sempre “com antecedência”, os alunos que tenham em dívida as propinas no final de cada ano, evitando desta forma que os dados curriculares sejam anulados. “Temos registado algumas destas situações, embora os casos mais graves se verifiquem em relação a alunos que ficaram sem direito às bolsas por terem reprovado o ano”, acrescenta o responsável.
Para o ano lectivo de 2012/2013, deram entrada nos Serviços Sociais do IPV, 2267 candidaturas a bolsas de estudo, tendo sido aprovadas 1.400. Um número que se mantém também em relação a anos anteriores. Segundo apurou o «VR» junto dos Serviços Sociais, os efeitos da crise no IPV estão a reflectir-se, de alguma forma, na “diminuição do consumo nos produtos de bar (pequenos almoços e lanches) e de refeições”.