A luta pelo fim das portagens na A23 e A25 volta a estar na ordem do dia, numa altura em que o Governo elabora a proposta de Orçamento de Estado para 2018 que terá de dar entrada na Assembleia da República até 15 de Outubro. Reunido em Celorico da Beira, o Conselho Intermunicipal (CI) da Comunidade Intermunicipal (CIM) das Beiras e Serra da Estrela, aprovou uma Moção em que exige ao poder central “a abolição imediata das portagens” naquelas duas autoestradas que atravessam o interior do país.
No documento aprovado, o Conselho Intermunicipal da CIM das Beiras e Serra da Estrela, considera que o desconto de 15 por cento, introduzido em agosto do ano passado nas antigas SCUT, é uma medida insuficiente, uma vez que não existem alternativas viáveis, quer rodoviárias, quer ferroviárias, nomeadamente às A23 e A25.
O mesmo órgão intermunicipal sublinha que, apesar da redução, o valor das portagens naquelas duas autoestradas, é dos mais caros do país e da Europa, uma situação que não se coaduna, segundo a Moção aprovada, com a qualidade do piso e manutenção, que ficaram “muito aquém do exigível e desejável”.
“Está na altura de repor a justiça com as populações e territórios das regiões atravessadas pela A23 e A25, das mais deprimidas do país, revogando medidas que nunca deveriam ser tomadas”, exige-se na Moção enviada pela CIM das Beiras e Serra da Estrela ao primeiro ministro, ministro do Planeamento e Infraestruturas, presidente da Assembleia da República, grupos parlamentares na AR, entre outras entidades.
O mesmo documento realça que as portagens nas antigas SCUT “constituem um erro estratégico e económico, com graves prejuízos para a economia local e para o desenvolvimento de todo o território”, e conclui, por isso, pela “premente necessidade” de serem assumidas (pelo poder central), “medidas e programas concretos de apoio ao desenvolvimento do interior, entre as quais a abolição das portagens”.
Na mesma reunião, o CI da CIM das Beiras e Serra da Estrela aprovou uma outra Moção, enviada aos mesmos destinatários, na qual reclama a substituição do material circulante do Intercidades por um “serviço de qualidade”, contemplando o acesso à internet móvel. Em causa está, segundo o documento, a necessidade de “reduzir o tempo de percurso entre Lisboa e Covilhã”, potenciando-se, deste modo, as vantagens associadas ao projecto de modernização da Linha da Beira Alta”.
O CI da CIM das Beiras e Serra da Estrela não compreende que o investimento de 350 milhões de euros na modernização da Linha da Beira Alta, não tenha contribuído para um aumento da qualidade da oferta e não tenha potenciado as vantagens associadas ao projecto, o que “afecta profundamente a competitividade da região”.
“Considerando os investimentos a decorrer no troço Covilhã – Guarda, devem ser planeadas ligações do serviço intercidades ao norte do país, e preparado um plano de mobilidade regional entre a tutela e os municípios, que inclua o aumento da frequência do serviço prestado entre os núcleos urbanos da região”, conclui a Moção.