A Câmara Municipal de Viseu vai contrair, junto da banca, um empréstimo de 5 milhões de euros, a liquidar ao longo dos próximos 20 anos, montante destinado, segundo a Autarquia, à requalificação do edifício que irá acolher a empresa municipal «Aguas de Viseu», na Rua do Comércio, e à requalificação de estradas. O empréstimo, aprovado em reunião do executivo, teve os votos contra dos vereadores socialistas.
“São obras necessárias. Tomara eu que não fossem. Teria o dinheiro para aplicar noutras coisas”, justificou aos jornalistas o presidente da Câmara Municipal, concluindo que se a Câmara criou as infraestruturas “é para as ter em condições”. Fernando Ruas reconhece que o empréstimo representa uma operação normal, a longo prazo, “feito para as gerações que vêm a seguir”.
Segundo o autarca, os melhoramentos na rede viária incidem na Circunvalação, na Avenida da Europa, na circular Norte (entre as rotundas do Continente e da Póvoa de Abraveses), na circular Sul (entre a rotunda de São João e a de Ranhados) e nas estradas de ligação a Mangualde e a Tondela, entre outras.
Apesar de considerarem que as obras em causa “são importantes”, a operação mereceu os votos contra dos vereadores socialistas, que temem que os empréstimos bancários feitos para obras conjunturais (e não estruturais), possam vir a “comprometer a capacidade de endividamento do Município”. “São dois milhões para fazer remendos e dois milhões para fazer uma sede social”, afirmou, durante a reunião do executivo, o vereador socialista Miguel Pipa, considerando que “parece que as contas do município estão doentes”.
Perante os argumentos do PS, Fernando Ruas «puxou» dos galões de economista para concluir quer os vereadores socialistas precisam de“uma aula de Finanças, porque não sabem a diferença entre uma obra estrutural e uma obra conjuntural”. E exemplificou: “uma estrada ou uma sede para instalar um serviço, são obras conjunturais? Acabam depois de amanhã?”, questionou o autarca, que desafiou os socialistas a assumirem, perante as populações, que votaram contra este empréstimo por considerarem estas obras conjunturais”.