Associação de Desenvolvimento do Dão quer mais turistas na região

Junho 3, 2014 | Região

No ano em que completa duas décadas de actividade, a ADD – Associação de Desenvolvimento do Dão, acaba de apresentar um estudo sobre a oferta e a procura turística no território, a partir do qual irá promover a elaboração de três roteiros, todos com um denominador comum: optimizar a oferta do que de melhor se produz na região, divulgar o património natural e construído e, consequentemente, atrair mais visitantes aos cinco concelhos (Aguiar da Beira, Mangualde, Nelas, Penalva do Castelo e Sátão) da sua área de intervenção.

Apresentado no edifício Multiusos, em Nelas, no âmbito da Conferência subordinada ao tema “O Turismo no território da ADD: oportunidades de desenvolvimento”, o estudo identifica os pontos fortes e as áreas a melhorar nos cinco concelhos, constituindo-se também como um instrumento delineador da estratégia de desenvolvimento no território, a integrar no DLBC – Desenvolvimento Local de Base Comunitária 2014-2020. O momento serviu também para reflectir e debater os desafios relacionados com os principais produtos turísticos da região: circuitos turísticos do património cultural e religioso, turismo de natureza, turismo de saúde e bem-estar, e gastronomia e vinhos.

O estudo sobre a procura e a oferta turística no território abrangido pela ADD, da responsabilidade da SPI – Sociedade Portuguesa de Inovação, aponta a beleza do património natural como um dos elementos que mais procura suscita nesta região, seguindo-se a gastronomia e os produtos endógenos, com destaque para o vinho do Dão e o património construído, sobretudo o religioso. Entre as actividades mais apreciadas, Sónia Bento, da SPI, destaca as visitas ao património construído, os percursos pedestres, a observação da paisagem, actividades de lazer ao ar livre, participação em eventos e festividades locais, provas gastronómicas e actividades desportivas radicais. Elementos que, sublinhou, “poderão prolongar a estadia dos visitantes se forem bem explorados”.

A conferência “O Turismo no território da ADD: oportunidades de desenvolvimento”, serviu também de mote ao anúncio do lançamento do primeiro produto que se constituirá como um instrumento de trabalho para todas as entidades do sector: um portal, sob a marca registada “d5 Um Dão Cinco Destinos”, em fase de desenvolvimento pelo CESAE, e a apresentar publicamente, com a respectiva estratégia de marketing, dentro de algumas semanas. Segundo António Silva e Jorge Mota, “este portal será dinâmico, evoluindo ao longo do próximo período de programação, procurando adequar-se às necessidades do território e de quem o procura”.

Numa fase inicial, o portal “d5 Um Dão Cinco Destinos” abre caminho à elaboração e divulgação dos três roteiros a lançar pela ADD: “Relaxar – Um Dão, Cinco Sentidos” (a integrar a oferta do turismo de saúde e bem-estar, património natural e religioso); “Provar/degustar – Um Dão, Cinco Sabores” (a destacar os vários produtos identitários do território, nomeadamente os certificados, como o vinho, Queijo Serra da Estrela, Maçã Bravo de Esmolfe e da Beira Alta, castanhas Souto da Lapa e míscaros); e Descobrir – “Um Dão, Cinco Experiências” (a privilegiar e a potenciar a utilização dos percursos pedestres, já marcados pelos vários municípios, o património histórico e cultural), sendo este um ponto alto de todo o trabalho desenvolvido, na medida em que constituirá a efectivação do trabalho no terreno.

Ao remeter um papel de destaque aos cinco presidentes dos municípios da área de intervenção da ADD, a Conferência “O Turismo no território da ADD: oportunidades de desenvolvimento”, permitiu assegurar um compromisso com o território, compromisso que passa por um trabalho em rede, em prol do desenvolvimento do território e da fixação da população. Das intervenções dos autarcas ficou patente que as fragilidades do território podem ser esbatidas com as suas potencialidades, remetendo a todos os intervenientes (Autarquias, ADD, CIM, Turismo do Centro e as entidades do sector; restauração, alojamento, animação turística…), as suas responsabilidades. Foi igualmente alvo de registo a necessidade de todos os operadores do sector primarem pela qualidade do serviço que prestam, recorrendo à formação e à certificação de qualidade, porque só assim será possível fidelizar e captar novos turistas e aumentar a sua permanência no território.

A OPINIÃO DO AUTARCAS

“O estudo é muito bom, mas é necessário interagir muito. (…)Tem de haver um esforço muito grande, uma maneira diferente de pensar, pois quanto mais potenciarmos a região, mais conseguimos potenciar os concelhos”

(Alexandre Vaz, presidente da Câmara Municipal de Sátão)

“O estudo tem potencialidades. Ao ser posto em prática ajudará a colmatar algumas lacunas no meu concelho, nomeadamente no que diz respeito à falta de resposta empresarial”

(Joaquim Bonifácio, presidente da Câmara Municipal de Aguiar da Beira)

“Temos de valorizar o turismo de natureza e o turismo termal no território da ADD, mas também é preciso apostar nas potencialidades do Rio Mondego”.

(José Borges da Silva, presidente da Câmara Municipal de Nelas)

“Não é fácil competir com o turismo «cool» de Lisboa, ou com o turismo urbano do Porto, mas a diferenciação pode jogar a favor do território da ADD. Este estudo tem de ter continuidade e efectivação no terreno”

(João Azevedo, presidente da Câmara Municipal de Mangualde)

“O desenvolvimento deste território deve muito à ADD. Há muitas empresas aqui radicadas e a laborar cujo lançamento teve origem na acção desta Associação. A única força que nos move é o interesse dos cinco concelhos”

(Francisco Carvalho, presidente da ADD e da Câmara Municipal de Penalva do Castelo)

 

 

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