A remodelação e ampliação da urgência polivalente do Centro Hospitalar Tondela-Viseu, a funcionar no Hospital de S. Teotónio, em Viseu, poderá acabar com alguns dos constrangimentos que se colocam a um serviço que regista 95 mil episódios de urgência por ano. E concorrer, definitivamente, para separar os casos verdadeiramente graves dos “pouco ou nada graves” que engrossam as estatísticas.
O presidente do Conselho de Administração (CA) do Centro Hospitalar Tondela-Viseu, Ermida Rebelo, apresentou as linhas gerais do investimento de 5,6 milhões de euros, integrado no programa comunitário Portugal 2020, que será alvo de um concurso internacional. A obra poderá arrancar no segundo semestre deste ano e ficar concluída no quarto trimestre de 2018. Com uma garantia prévia: “Se o montante elegível não for suficiente, o Centro Hospitalar Tondela-Viseu, com fundos próprios, fará a obra”, garante.
O projecto preconiza a construção de uma nova entrada no serviço de urgência e a remodelação e ampliação do actual espaço. Em simultâneo, será construído um novo bloco. Terá três pisos. O primeiro será destinado aos profissionais do hospital (balneários, vestiários e zona de descanso) e a equipamentos diversos. O segundo piso acolherá serviços de saúde. E o terceiro ficará ao dispor dos serviços da Viatura de Emergência Médica (VMER). Doze postos para a monitorização contínua de doentes, dois quartos de isolamento, salas para doentes que pertencem ao ambulatório e vários gabinetes que passarão a estar disponíveis para atendimento clínico, completam o projecto.
O presidente do CA do Centro Hospitalar Tondela-Viseu considera que a obra, em fase de lançamento, poderá ajudar a neutralizar alguns “constrangimentos” que afectam vários sectores de um hospital construído há duas décadas. Embora subsistam outras dificuldades. “Tinha todas as condições. Mas hoje, passados 20 anos, detectamos alguns constrangimentos em termos de recursos humanos, materiais, técnicos e físicos”, admitiu Ermida Rebelo. Sobretudo, sublinhou, quando se assiste todos os anos ao aumento do número de episódios de urgência, actualmente na ordem dos 95 mil/ano.
Helena Pinho, directora clínica do Hospital de S. Teotónio, em Viseu, onde funciona a urgência polivalente do Centro Hospitalar Tondela-Viseu, reconheceu que as obras anunciadas permitirão aumentar a capacidade e qualidade do atendimento. Inclusive ao permitir “separar os doentes urgentes dos doentes muito pouco urgentes”. E viabilizarão a colocação de mais 52 macas, sem que isso afecte a possibilidade de levar utentes para reanimação.
A ampliação do espaço permitirá ainda desanuviar o ambiente, normalmente com muita gente envolvida, situação que, segundo Helena Pinho, acaba por afectar o tratamento dos doentes. “Um dos grandes problemas que temos hoje em dia em trabalho de pico é nem sequer conseguirmos reforçar muito as equipas, porque não temos mais gabinetes de observação. Não vale a pena estar a por lá mais dez médicos se eles não tiverem sítio para ver os doentes”, reforçou ainda a mesma responsável.