“Apanharam-nos distraídos, quando passaram a chamar Centro Hospitalar “Qualquer Coisa” – Viseu, ao Hospital de S. Teotónio”. Esta frase, proferida pelo presidente da Câmara de Viseu, na última reunião da Assembleia Municipal, está a ser fortemente contestada pelo concelho vizinho. População e Executivo Municipal de Tondela manifestaram já o seu mais “veemente protesto e indignação” e querem um pedido de desculpas de Fernando Ruas.
“Admitimos que tenham [as declarações de Fernando Ruas] sido um lapso de linguagem, ou um momento “menos bom” (fruto do calor do debate político) que a todos (as) acontece e por isso o Presidente da Câmara Municipal de Viseu, que respeitamos pessoalmente e institucionalmente, deve um claro e inequívoco pedido de desculpas às populações e instituições do nosso concelho”, afirmou em conferência de imprensa Carlos Marta, presidente da Câmara de Tondela.
Alguns dias após ter contestado a secundarização do nome de Viseu na designação do Centro Hospitalar Tondela Viseu, Fernando Ruas explicou não ter sido sua intenção afrontar o vizinho concelho de Tondela, mas defender a sua comunidade.
“Podem não querer perceber, mas aquilo que eu disse é que nunca aceitaria um centro hospitalar qualquer coisa – Viseu. Mas isso diz respeito a Tondela, a Oliveira de Frades, a S. Pedro do Sul… A qualquer localização que venha à frente de Viseu”, explicou Fernando Ruas.
Trocar o nome de Tondela, terra de “pessoas de bem, trabalhadoras e empreendedoras”, pela designação “qualquer coisa”, não caiu bem na comunidade tondelense. Embora admita poder ter sido um «lapsus linguae» do autarca viseense, a Câmara de Tondela continua à espera que Fernando Ruas peça desculpa. Quanto mais não seja, em nome das “relações estreitas e de salutar cooperação” institucional entre os municípios de Tondela e de Viseu.
“Podemos mesmo dizer que existem laços de grande amizade e por isso não podemos aceitar que possam ser colocados em causa por uma declaração pública e pessoal manifestamente infeliz”, declara a Câmara de Tondela.
Apesar da polémica, o desafio feito a Fernando Ruas para que peça desculpa, é relegado para o quinto e último ponto de um comunicado divulgado em conferência de imprensa pela autarquia tondelense. Antes, o executivo da Câmara de Tondela prefere, em lugar de “discutir na praça pública possíveis nomes de instituições”, manifestar público reconhecimento ao trabalho desenvolvido pelo Centro Hospitalar Tondela-Viseu EPE; ao profissionalismo e competência dos seus trabalhadores; e à necessidade de lutar pela melhoria das condições de trabalho e pela instalação da Radioterapia.
CONSELHO EXECUTIVO APROVOU
DESIGNAÇÃO «CIM VISEU DÃO LAFÕES»
Em reunião extraordinária, o Conselho Executivo da CIM Dão Lafões, aprovou por unanimidade uma proposta apresentada pelo presidente deste órgão, Carlos Marta, no sentido da Comunidade Intermunicipal da Região Dão Lafões passar a designar-se Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões.
Reunidos na sede do organismo intermunicipal, em Tondela, os representantes dos catorze municípios associados, apreciaram a discutiram uma proposta apresentada pela Câmara Municipal de Viseu, que tinha como ponto único da Ordem de Trabalhos a “Análise, discussão e votação da deliberação do executivo municipal de Viseu relativa à alteração da denominação da Comunidade Intermunicipal da Região Dão Lafões, bem como, da localização da mesma”.
Depois de colocada à votação a proposta foi rejeitada, quer no que concerne à alteração da designação quer relativamente à mudança da sede de Tondela para Viseu, por maioria, com treze votos contra e um voto a favor.
Terminado o debate o presidente do Conselho Executivo, Carlos Marta, apresentou uma proposta no sentido da Comunidade Intermunicipal da Região Dão Lafões se passar a designar Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões, designação essa já utilizada na promoção interna e externa da nossa região pela Comunidade Intermunicipal.
Depois de analisada a proposta, o Conselho Executivo deliberou então, por unanimidade, aprovar a proposta apresentada pelo presidente. Desta deliberação foi dado conhecimento à Comissão Parlamentar do Ambiente, Ordenamento do Território e Poder Local.