SÃO SÓ ELOGIOS…
Esta rubrica “Polis” que atinge hoje o seu 12º número, vai chegar, para já, ao fim.
Pretendi dar um contributo positivo, alertando os nossos responsáveis autárquicos para aquilo que me parecia menos certo na cidade de Viseu. É evidente que as opiniões que despendi valem o que valem e reflectem apenas e só, a minha opinião pessoal, embora tenha sentido reacções que de algum modo apoiaram o meu sentir.
Mas nesta autarquia, como em qualquer outra, gerida por responsáveis vindos ou eleitos pelos mais variados quadrantes políticos, fizeram-se muitas e boas benfeitorias para os concelhos e para as populações.
Há contudo no espírito de muita gente, a ideia e a tendência de fazer comparações entre aquilo que eram as aldeias, as vilas e as cidades de algumas dezenas de anos, com o que são hoje.
Nada se pode comparar nesta matéria, pois os meios financeiros existentes nestas duas épocas, nada têm de comparável. Hoje as autarquias, tem uma força financeira que lhes confere um enorme capacidade para poderem desenvolver as regiões que tutelam.
O que podemos e devemos analisar, é se o dinheiro gasto, é de facto uma mais valia para as populações o que na verdade nem sempre aconteceu em Viseu ou noutros concelhos. Mas errar é humano, e só não erra quem nada faz ou nada arrisca. Pior porém,é querer manter o erro “não dando o braço a torcer”.
Fernando Ruas foi o paradigma do autarca teimoso que nunca quis ouvir críticas ou conselhos, e que”levou a sua, sempre avante”.
É-me difícil fazer um balanço sobre aquilo, que à primeira vista, e na minha opinião, mais enriqueceu o Concelho, até porque grande parte do que se fez, nem sequer é do meu conhecimento.
Correndo, porém, o risco de citar algumas obras e ignorar outras bem mais importantes, referirei as seguintes:
– Embora se não veja, porque estão enterradas, as maiores obras do Concelho centram-se nas redes de abastecimento de água ao domicílio (ainda nos lembramos que só podíamos tomar banho de madrugada) e os esgotos que felizmente chegaram a quase todo o Concelho.
– A Avenida da Europa, que embora profusamente falada pelos executivos anteriores, foi levada a efeito por Fernando Ruas. Se esta avenida foi uma mais valia para a cidade, a Avenida da Bélgica foi sacrificada e quase desapareceu, porquanto os seus acessos foram pensados por quem não sabe pensar.
– As rotundas, afinal a marca que mais caracteriza o ministério de F. Ruas, parecem exageradas e fazem-nos por vezes, perder a paciência, mas o certo, é que escoam melhor o trânsito e fazem diminuir substancialmente o número de acidentes.
– O Parque da Radial de Santiago é outra obra digna dereferência que alinda a cidade, e serve muita gente que dele disfruta.
– O Parque do Fontelo conheceu obras importantes, umas melhores que outras, mas no cômputo geral, a intervenção que lá foi feita tem nota positiva. Pena foi que não se tivesse conseguido construir um novo parque gimnodesportivo .
– A Ciclovia ou Eco-Pista, ficará igualmente como uma obra a recordar
– A Estação de Tratamento de Água é também um marco.
– O Programa Polis, tem uma faceta positiva (Rio Pavia) e outras duas negativas (O Funicular e o Multiusos)
– A Cava de Viriato foi uma oportunidade perdida, embora esteja bastante melhor do que aquilo em que se encontrava.
– O Centro Histórico, onde se gastou “um rio” de dinheiro, não satisfez totalmente os viseenses. Foi pena!
– As acessibilidades à cidade embora bastante melhoradas, ficaram coxas, devido a não se ter conseguido uma alternativa ao IP3 e uma nova ligação ao Satão. É verdade que isso é da competência do poder central, mas com mais empenho e força política dos nossos responsáveis, isso seria viável. Agora é tarde…
Muitas outras situações poderia aqui apresentar em favor do município, mas não há espaço para mais, porém, não posso deixar de citar a qualidade da recolha de lixo (com excepção da recolha dos chamados monstros), dos jardins e rotundas bem tratadas, e da cidade limpa que temos.
Mais elogios para quê?
José Reis