A primeira fase de candidaturas no Instituto Politécnico de Viseu (IPV) deixou 563 vagas por preencher. Este número de vagas atingiu todas as unidades orgânicas da instituição, com particular incidência na Escola Superior Agrária, onde quatro dos seis cursos em funcionamento não registaram qualquer matrícula. A excepção, pela positiva, é a Superior de Saúde, onde os dois cursos de enfermagem (um deles a funcionar a partir do segundo semestre do presente ano lectivo) ficaram com a centena de vagas totalmente preenchida. A segunda fase, já em curso, é a grande esperança, acreditando a instituição que no final as contas sobre ganhos e perdas de estudantes poderão ser bem diferentes.
Fernando Sebastião, presidente da IPV, desdramatiza o aparente mau prenúncio que se desenha para os cursos desertos de interessados, nomeadamente nas áreas tecnológicas (os que, curiosamente, registaram quebras significativas de candidaturas), embora lamente o que está a acontecer. Para o dirigente, e não obstante outras razões relacionadas também com a conjuntura económica que o país atravessa, há situações específicas que ditaram a ausência de candidaturas.
“As engenharias, sempre apetecíveis, foram confrontadas este ano, à excepção de Informáticas com cadeiras específicas obrigatórias como a Matemática e a Física. Duas áreas que tradicionalmente afastam os alunos”, justifica Fernando Sebastião. Mesmo assim, acrescenta, “os resultados obtidos na 1.ª fase são praticamente em tudo semelhantes aos do ano passado. Apenas houve uma redução efectiva de 29 anos, o que não chega a representar três décimas em relação à 1.ª fase de candidaturas no ano lectivo 2011/12.
Apesar da argumentação que possa utilizar-se para justificar a ausência de candidaturas a cursos de base tecnológica, Fernando Sebastião reconhece o “contra-senso”. “Toda a gente fala, e os estudos e a realidade assim o têm confirmado, que as tecnologias são as áreas de ensino/aprendizagem que mais garantias oferecem de entrada no mercado de trabalho. Por isso torna-se difícil de compreender o afastamento dos estudantes destes cursos”.
O presidente do IPV reconhece o momento difícil que está a atingir todo o ensino superior, decorrente de uma crescente redução do número de candidatos, mas, no que respeita ao Politécnico de Viseu, mostra-se optimista. “Somos ainda o quinto Politécnico com mais alunos a nível nacional. Por isso, aguardamos confiantes no desfecho da segunda fase de candidaturas. Só então, faremos as contas”.