Em articulação estreita com todos os agrupamentos escolares do concelho, o Município de Viseu já delineou um conjunto de medidas para dar resposta aos desafios do ensino à distância. Os 500 tablets adquiridos pela autarquia em 2020 vão permitir suprir todas as necessidades do 1º ciclo e colmatar algumas falhas no 2º e 3º ciclos.
“Em boa hora o Município adquiriu um conjunto de equipamentos em número suficiente e atempadamente para aquilo que é da nossa responsabilidade. Desta forma, 325 tablets serão emprestados a alunos do 1º ciclo, assegurando assim resposta às necessidades até agora identificadas neste nível”, explica o presidente da Câmara Municipal de Viseu, Almeida Henriques.
Apesar dos restantes equipamentos da autarquia poderem colmatar algumas falhas já identificadas no 2º e 3º ciclo, “a verdade é que não serão suficientes para todos os alunos que deles necessitam porque, claramente, o Governo falhou. Nestes casos, os agrupamentos estão a tentar encontrar soluções que possam substituir os computadores que não chegaram por parte do Estado Central”, afirma o autarca.
No que respeita ao acesso à Internet, o Município de Viseu incluirá nos tablets cartões de dados móveis que permitirão o ensino online. Já para os alunos que habitam em zonas sem acesso a fibra ótica ou rede de dados, serão acionadas medidas que permitirão mitigar as dificuldades. Assim, e à semelhança do que aconteceu em março, no primeiro confinamento, as Juntas de Freguesia e os agrupamentos escolares vão assegurar a impressão e distribuição de fichas e trabalhos às crianças sem acesso à Internet. Paralelamente, poderão ser abertas salas de aula de escolas do Município, com acesso à web, para responder a situações excecionais.
“Mais uma vez ficam claras as assimetrias do país, nomeadamente no que respeita ao acesso a recursos digitais. Tenho dito muitas vezes que é fundamental um plano nacional para levar fibra ótica a todo o país. Hoje em dia, acessibilidade digital através de fibra ótica é tão importante como a eletrificação foi após o 25 de Abril de 1974”, explica António Almeida Henriques. “Depois de quase 11 meses de pandemia, seria de esperar que algo tivesse sido feito, acautelado… No entanto, no que respeita à Educação, parece que a única evolução consiste nos 500 tablets adquiridos pelo Município de Viseu”, diz o autarca.
“Em Viseu, estamos convictos da importância do acesso à Internet, pelo que temos já no terreno o programa Viseu 100% Digital, que visa a cobertura total do território no final de 2022”, conclui Almeida Henriques.
Relativamente aos alunos com necessidades especiais, foi estabelecido pelo Governo um procedimento diferente do seguido em março. Assim, estes alunos manter-se-ão em aulas presenciais de forma a evitar prejuízos maiores no seu processo educativo. O transporte das crianças com necessidades especiais para as escolas será assegurado pela Câmara Municipal de Viseu, que está a organizar todo o plano de acordo com as necessidades de cada agrupamento.