“Responder à incerteza e imprevisibilidade da duração e severidade do estado de seca prolongada”, que começa já a afectar também as disponibilidades de água na Barragem de Fagilde, e salvaguardar os stocks necessários ao abastecimento às populações”, é o objectivo do plano de contingência para a diminuição dos consumos no concelho do precioso líquido, já em marcha no Município de Viseu.
“É a pensar nas pessoas e na prioridade de salvaguardar o abastecimento de água às populações que este plano é adoptado”, justifica o vice-presidente da Câmara Municipal de Viseu, Joaquim Seixas. O autarca faz questão de sublinhar que a situação nos concelhos abastecidos pela Barragem de Fagilde (Viseu, Mangualde, Nelas e Penalva do Castelo) “ainda não é dramática, mas urge tomar medidas preventivas porque ainda só estamos no mês de Julho”.
Para Joaquim Seixas, a situação actual vem reforçar a necessidade há muito reclamada pela Câmara de Viseu, “tal como publicamente comunicado no início de 2015”, de um aumento da capacidade de armazenamento da barragem de Fagilde. “Em contexto de seca prolongada, a actual já não dá garantias na resposta a todas as necessidades de futuro”, alerta.
No plano de contingência apresentado, a Câmara Municipal de Viseu insiste também na “urgência e prioridade” da construção da nova barragem no Vouga, objetivo que une os municípios de Viseu, Mangualde, Nelas, Penalva do Castelo, Sátão, Vila Nova de Paiva, Vouzela e São Pedro do Sul. Almeida Henriques, presidente da Autarquia, lembra que “o Município de Viseu espera e reclama que rapidamente seja aberta uma linha de financiamento no âmbito do PORTUGAL 2020 para a concretização desta importante infraestrutura, necessidade que tem sido reiterada ao Governo”.
O plano de contingência adoptado pelo Município de Viseu (do qual será dado conhecimento aos outros três municípios abastecidos por Fagilde), está estruturado em três eixos de actuação: sensibilização, monitorização, redução e racionalização progressiva de consumos. Entre as medidas já implementadas, está a otimização da capacidade de armazenamento da barragem de Fagilde, a redução das pressões na rede pública de distribuição de água e a reativação de furos de água para abastecimento de subsistemas e para rega de jardins públicos. Em curso está também a redução dos períodos e volumes de água utilizados na rega de espaços verdes públicos e lavagens urbanas.
Na lista das medidas a implementar está a reutilização da água tratada da ETAR de Viseu Sul, transportada através de camiões cisterna, para a rega de espaços verdes públicos e lavagens urbanas, e o reforço do abastecimento de água à ETA de Fagilde através do poço com furos horizontais junto à ETA. Por outro lado, o Município compromete-se em reforçar com novas campanhas a sensibilização às populações para práticas de poupança de água ao nível doméstico e redução de usos supérfluos nestes períodos, como a lavagem de automóveis.
Para situações de desperdício detectadas pelos próprios munícipes, nomeadamente de ruturas, e para uma “mais rápida e eficiente intervenção”, a Câmara Municipal de Viseu já tem a funcionar, 24 horas por dia, os telefones: 232 431 914 e 963 391 298.