Movimentos no aeródromo de Viseu aumentaram 30 por cento em 2017

Janeiro 16, 2018 | Economia

A Câmara Municipal de Viseu tem vindo a “atacar” o Aeródromo Gonçalves Lobato em várias frentes, de modo a que a estrutura, que já hoje iguala Tires no que respeita a movimentos de passageiros, possa nas próximas décadas ser uma efectiva alternativa ao Aeroporto que lhe fica mais próximo: o Sá Carneiro no Porto. O equipamento, que em 2017 esteve próximo dos 12 mil movimentos, ultrapassou largamente (33%) os 9 mil registados no ano anterior. É com base em todos estes indicadores, que o Município viseense prossegue a implementação do Plano Director para o Aeródromo Gonçalves Lobato nos próximos 25 anos, período durante o qual serão investidos mais de 50 milhões de euros.

A fechar 2017, o presidente da Câmara de Viseu mostrou-se satisfeito com o “salto” que o Aeródromo registou durante o seu primeiro mandato à frente do Município. Um crescendo de actividade que, segundo o autarca, ficou a dever-se a decisões “atempadamente tomadas”, que foram desde as obras de requalificação até à certificação do equipamento para voos regulares, internacionais e nocturnos. “Todo o programa que tínhamos definido foi cumprido ao longo dos últimos quatro anos”, diz Almeida Henriques.

“Em 2017 devemos ter ficado muito próximo dos 12 mil movimentos, o que faz do nosso Aeródromo o que mais procura tem no país, logo a seguir a Tires”, sustenta Almeida Henriques, para quem o Gonçalves Lobato, que durante anos foi uma estrutura algo “adormecida”, seja hoje “uma efectiva mais valia para a região”.

O arranque em 2015 dos voos regulares da carreira regional que, com paragem em Viseu, liga o norte ao sul do país, marcou uma nova etapa no que ao Gonçalves Lobato diz respeito. E à medida que as estatísticas vão confirmando alguns sucessos desta estrutura, mais a Câmara de Viseu vai sentido necessidade de avançar para novos desafios. “A carreira aérea tem sido um sucesso. Embora seja de esperar que o horário actual possa evoluir para um horário mais atractivo, como já é o caso do horário de Verão”, afirma o autarca.

A decisão municipal de transformar o Gonçalves Lobato no centro nevrálgico da Protecção Civil na região, a nível regional e até nacional (Almeida Henriques continua à espera que seja cumprida a promessa do Governo de aqui instalar o Comando Nacional de Operações e Socorro alternativo), vai revolucionar no futuro toda a actividade do equipamento também na vertente logística. No cerne deste núcleo estará o futuro quartel dos Bombeiros Municipais, que já está a ser construído.

O Município viseense quer continuar a investir no Aeródromo Gonçalves Lobato. Admite, inclusive, a construção de uma nova pista com 2.700 metros de extensão, complementar à existente que tem 1.200 metros de comprimento. Também um terminal para 300 pessoas e uma plataforma para cargas. Mas, para isso, Almeida Henriques diz contar com o apoio da Administração Central e admite parcerias com privados para outros investimentos que ali venham a ser concretizados.

“Temos razões para estar orgulhosos”, diz Almeida Henriques. O presidente da Câmara de Viseu realça “a competência” do actual director do Aeródromo, Paulo Soares, antigo comandante da TAP e vice-presidente da Autoridade Nacional da Aviação Civil. Tudo para concluir que com os investimentos já realizados e os que serão lançados ao longo dos próximos 25 anos “Viseu terá um dia condições para receber aviões de médio alcance”, servindo o país e, sobretudo, toda a região do interior.

 

ESTRANGEIROS DE OLHO EM VISEU

Em 2016 aterraram no Aeródromo de Viseu 160 aviões estrangeiros. No seu interior voaram de vários países europeus homens ligados à alta finança que utilizaram Viseu como entreposto para jornadas de lazer em terras portuguesas. Eram aviões de pequeno porte. Mas contam para as estatísticas. Em 2017 os números voltaram a subir. Foi também aqui que aterrou, há cerca de dois meses, o avião da TAP que transportou a selecção nacional. O preço competitivo do combustível constitui também um atractivo para as aterragens e descolagens a partir de Viseu. A construção de uma nova pista de 2.700 metros, irá permitir a utilização deste equipamento por parte de outro tipo de aeronaves, colocando definitivamente Viseu como uma alternativa a ter em conta no contexto nacional.

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