António Venâncio, Gilberto de Lemos (Gilinho), Manuel Cardoso (Nené) e João Figueiredo (Martelo), quatro empresários já falecidos que se destacaram enquanto empreendedores e inovadores no sector empresarial, foram homenageados pela Câmara de Mangualde com a atribuição dos seus nomes a ruas da Zona Industrial do Salgueiro, em cerimónia inserida nas comemorações municipais do 25 de Abril.
A Segunda Guerra Mundial levou à racionalização dos combustíveis. António Venâncio montou uma espécie de fogão a lenha na traseira de um automóvel e, no aproveitamento dos gases da sua combustão, o automóvel movia-se e viajou pelo país. A esse invento deu o nome de Gasogénio.
Empresário, dono de uma loja de eletricidade (a única em Mangualde durante vários anos), Gilberto Lemos vendia produtos elétricos e fazia reparações em rádios e outros aparelhos, atividade em que era exímio. Pioneiro no radioamadorismo em Portugal, construiu o seu próprio equipamento de rádio em onda curta, numa altura em que esta ainda estava a ser desenvolvida noutros países.
Também em tempo de guerra, para fazer face à escassez de combustíveis, João Figueiredo criou o «Auto-Hipo», um veículo ao qual retirou o motor e aproveitou esse espaço para colocar uma plataforma para onde subia um cavalo. Nas subidas era o cavalo que puxava o carro, nas descidas o cavalo subia para a plataforma e descansava. O cavalo era o Carriço. Com o Auto-Hipo, João Figueiredo participou na primeira Grande Exposição do Mundo Português, em 1940.
Filho de Francisco Cardoso Ramos (Xico Ramos), Manuel Cardoso Ramos, cedo se notabilizou pela capacidade de empreendedorismo e de inovação. A ele se deve, entre outras invenções, a construção do fogão elétrico «Ramos», cuja principal característica inovadora e revolucionária, do ponto de vista tecnológico, era a de o esmalte não cascar com as elevadas temperaturas. Montou uma máquina de fabricar gelo, vendido às barras, numa altura em que ainda não existia o frigorífico.