Em ambiente “informal mas informativo”, a Labesfal – Fresenius Kabi, em Santiago de Besteiros – Tondela, acolheu a segunda edição do Open Industry Day em Portugal, coorganizada pela Medicines for Europe e a APOGEN – Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biosimilares. “Mostrar a qualidade e a segurança da produção de medicamentos genéricos, biossimilares e de valor acrescentado na Europa e discutir os desafios atuais e futuros do mercado”, foi o objetivo.
Após uma visita a uma fábrica de Fresenius Kabi, que emprega mais de 600 colaboradores e é responsável pelo fabrico mais de 100 milhões de unidades de medicamentos genéricos por ano, especialistas reuniram-se para um debate focado em «Impulsionar a Excelência em Portugal para mais e melhor saúde na Europa».
Para Glenn Luís, director geral da Fresenius Kabi Portugal, esta foi também mais uma oportunidade para a unidade de produção de Tondela, apesar de localizada num pequeno concelho, “mostrar que é um exemplo de sucesso na indústria nacional”.
Entre os oradores estavam Rui Santos Ivo, Presidente do INFARMED, Renata Silva Gomes, Especialista em Saúde da AICEP, Marc-Alexander Mahl, Vice-Presidente da Medicines for Europe, Paulo Lilaia, Vice-Presidente da APOGEN e Glenn Luís, Diretor Geral da Fresenius Kabi Portugal.
Moderado por Fernanda Freitas, o debate discutiu os principais desafios que os medicamentos off patent enfrentam atualmente em termos de sustentabilidade industrial e de mercado e exploraram oportunidades de crescimento adicional em Portugal e na Europa.
Paulo Lilaia, vice-presidente da APOGEN, destacou que entre 2011 até julho de 2019, os medicamentos genéricos, só em regime ambulatório, geraram para o Estado e utentes poupanças superiores a 3.639 milhões de euros. Mas alertou que “a mesma eficiência e qualidade, “não deve atingir preços exageradamente baixos”. Condição essencial, justificou, para manter a sua sustentabilidade e competitividade no mercado, garantindo ao mesmo tempo, a sua disponibilidade nos hospitais e nas farmácias”.
“Sabemos que os medicamentos genéricos e biossimilares têm um papel central nas poupanças do setor da saúde em Portugal. Em ambiente hospitalar 75% dos medicamentos consumidos são off-patent, mas impactam apenas 26% da despesa.
O debate destacou a importância de fortalecer sinergias entre os níveis nacional e europeu em questões relevantes, como combater a escassez de medicamentos e melhorar os sistemas de aquisição de medicamentos para garantir o acesso dos doentes aos medicamentos.
Quase 70% dos medicamentos dispensados na Europa são genéricos