Com o objectivo de divulgar livros, incentivar e leitura e, ao mesmo tempo, promover as pastelarias de Mangualde, a Câmara Municipal, através da Biblioteca, tem já no terreno a iniciativa «Doces Leituras». Um projecto que destaca, todos os meses, um dos estabelecimentos envolvidos, onde serão divulgados e expostos livros de um autor. Setembro é dedicado à Pastelaria do Complexo Paroquial de Mangualde, também conhecido como «Patronato».
Fundado em finais da década de trinta do século passado, para então fazer face às necessidades da paróquia no apoio social, o «Patronato» surge em Mangualde pela mão do saudoso Monsenhor Ferreira Monteiro. A ideia foi fundar uma casa que acolhesse, durante o dia, os filhos das empregadas enquanto estas trabalhavam. A pastelaria aparece para apoiar financeiramente, não só esta obra, mas também os mais carenciados. É assim que a D. Maria Amélia Ortiz Ribeiro intervém, dirigindo a cozinha e a confecção de bolos. Foi ela que trouxe as receitas da doçaria conventual: o bolo regional, o bolo de azeita, os caramujos, os papos de anjo e as saborosas lampreias de ovos.
É também das mãos de Amélia Ortiz Ribeiro que aparecem o famoso pastel de feijão (tem o formato do clássico pastel de nata mas um pouco mais pequeno, a sua massa mais espessa e recheio diferente). Mais tarde são as “Meninas do Patronato” que se desdobram para conseguir o sustento da obra. Hoje a Pastelaria tem fama a nível regional e nacional, mantendo-se nos moldes tradicionais, mas com outra orgânica.
Para além da produção de doces e bolos, também se confeccionam outras iguarias mais modernas. Bastante procurados são também os bolos de aniversário, o bolo-rei, as cavacas, as filhoses, as bolas de carne e as tão apreciadas empadas. No entanto o doce mais famoso do “Patronato” é, indubitavelmente, o pastel de feijão.