Num prazo máximo de dois anos, a começar já no próximo mês de Setembro, deverão estar em Viseu cerca de duas centenas de alunos a receber formação ministrada pelo Instituto de Formação Aeronáutica (IFA). A escola, que funcionará no Aeródromo Gonçalves Lobato com o apoio e a parceria do bem próximo Instituto Piaget, será a segunda no país, a par de Cascais, a formar pilotos de linha, assistentes de cabine (assistentes e comissários de bordo), técnicos de manutenção e outros profissionais da aviação. A localização privilegiada de Viseu e as condições oferecidas pelo Aeródromo, foram “determinantes” para o protocolo já celebrado entre a Câmara Municipal e o IFA.
“Esta é mais uma valência importante no desenvolvimento do nosso aeródromo, uma das maiores estruturas aeroportuárias da região Centro e que recebeu recentemente certificação da Autoridade Nacional de Aviação Civil por mais cinco anos”, refere o Presidente da Câmara Municipal de Viseu, Almeida Henriques.
Com formação prática e teórica, o primeiro dos cursos a ministrar pelo IFA em Viseu arranca já em Setembro e será dirigido a assistentes e comissários de bordo. Os restantes cursos arrancarão progressivamente, de acordo com a procura de alunos pelo Centro de Formação de Viseu, prevendo-se já haver turmas completas em Janeiro de 2020.
De acordo com o protocolo assinado pela partes nas instalações do Aeródromo, o IFA compromete-se a manter os cursos por um período de cinco anos, bem como efetuar todas as obras de adaptação do espaço cedido pelo Município. Para o efeito, o IFA vai fazer, numa primeira fase, um investimento de 300 mil euros, que incidirá, entre outras obras, na adaptação do hangar para o trabalho de manutenção, permanente, de manutenção aeronáutica
“A nossa intenção é captar em Viseu alunos do Norte e interior do país. Mas também queremos do médio e extremo oriente”, sublinhou José Madeira (com raízes familiares em Tondela), CEO do IFA, para quem, a par das condições do aeródromo, “é importante também a proximidade, na mesma freguesia de Lordosa, do Instituto Piaget, onde poderão ser alojados e receber aulas teóricas os alunos internacionais.
Segundo o dirigente, esta será também uma oportunidade para a internacionalização do IFA. “Vamos fazer aqui (em Viseu) fazer o mesmo ou melhor do que estamos a fazer em Cascais”, garante José Madeira, para quem os alunos “poderão ser admitidos de imediato numa companhia aérea, como a TAP, onde depois terão formação específica de acordo com o avião a pilotar.
Para Paulo Soares, director do Aeródromo Gonçalves Lobato, os cursos de mecânico (18 meses) e de assistentes de bordo (um mês de duração), são os que irão atrair mais alunos do centro norte do país. O curso de assistentes de bordo custa cerca de 5.000 euros, o de mecânico 12 mil, e o de piloto chega aos 65 mil.
Almeida Henriques não tem dúvidas. “Esta nova competência que se instala no aeródromo vem “consolidar Viseu enquanto destino de investimento” e fixar pessoas, pois num prazo máximo de dois anos, “poderão estar em Viseu cerca de duas centenas de alunos para receber a formação do Instituto de Formação Aeronáutica”, garante o autarca. Que recorda o facto de há cinco anos atrás, antes das obras introduzidas no equipamento, o Aeródromo de Viseu ter registado 273 movimentos, número que em 2018 “subiu para mais de 10 mil”.