A comemorar meio século de actividade, a Adega Cooperativa de Penalva do Castelo, uma das mais emblemáticas e premiadas da Região Demarcada do Dão em certames nacionais e internacionais, acaba de dar mais um importante passo rumo à afirmação dos seus vinhos nos mercados nacionais e internacionais: a ampliação e modernização das instalações, através da aquisição de novos equipamentos. O investimento, de dois milhões de euros, apoiado pelo Proder em cerca de 700 mil euros, vai permitir à Adega “aperfeiçoar a qualidade” dos seus vinhos, e dimensionar ainda mais a sua estrutura produtiva, passando a laboração dos actuais oito milhões para cerca de 10 milhões de quilos de uvas por ano.
À frente dos destinos da Adega Cooperativa de Penalva do Castelo há 14 anos, José Frias Clemente partilha o sucesso de 50 anos “de muita luta e sacrifício” com o esforço colectivo de muita gente, “sobretudo dos associados”, classificando a presença do secretário de Estado da Agricultura, José Diogo Albuquerque, na cerimónia de inauguração das novas instalações, como um “estímulo à produção e à comercialização de um produto que tanta riqueza gera no concelho”.
Com presença consolidada no mercado interno, onde tem vindo a aumentar as suas vendas, a Adega Cooperativa de Penalva do Castelo tem no mercado externo, uma importante fonte de escoamento dos seus vinhos, com 20 a 25 por cento da produção a ser exportada para Angola, Brasil, Estados Unidos, China, Luxemburgo, França e Suíça. “O futuro da Adega passa por aqui. Pela internacionalização”, reconhece José Clemente, que sublinha a conquista, entre muitos galardões internacionais, da medalha de ouro arrecadada o ano passado num concurso em Itália.
Para além do crescimento no mercado externo, a direcção da ACPC aposta também, a nível interno, na venda em garrafa de todo o vinho produzido na Adega. Para isso está a ultimar a elaboração de um projecto para aquisição de uma nova linha de engarrafamento que, segundo José Clemente deverá estar a funcionar dentro de dois anos, reforçando desta forma a actual linha de engarrafamento, já com 18 anos. “Quem não evoluir acaba por desparecer e a Região do Dão tem alguns exemplos disso”, justificou José Clemente, perante o secretário de Estado da Agricultura, a quem o presidente da Câmara de Penalva do Castelo, Leonídio Monteiro, pediu para “ser amigo dos agricultores do concelho”, como forma de os ajudar a ultrapassar algumas dificuldades que afectam o sector.
Com cerca de 1000 associados, a maior parte do concelho de Penalva – embora receba também uvas de produtores de Mangualde, Sátão e Aguiar da Beira -, a ACPC comercializa anualmente cerca de 6 milhões de litros de vinho, dando emprego a 22 pessoas, todas de Penalva do Castelo, número que quase duplica em altura de vindimas.