A continuada aposta nos mercados externos foi um dos pilares de crescimento que mais contribuiu, em 2012, para o “melhor desempenho económico de sempre” do Grupo Visabeira. De acordo com o Relatório Anual do Grupo, e apesar de uma envolvente “particularmente adversa”, o volume de negócios consolidado de 534 milhões de euros (mais 2,2 por cento em relação a 2011), os 71,2 milhões (mais 8,8 por cento) em que se situou o EBITDA (amortizações), e os resultados operacionais de 51,7 milhões de euros (47 milhões em 2011) configuram, segundo a administração, “novos máximos históricos” no historial de mais de três décadas da holding sediada em Viseu.
“Com este desempenho e resultados, fica ainda mais reforçada a enorme aposta que o Grupo vem fazendo na sua dimensão internacional, demonstrando que a estratégia de expansão nos mercados externos continua a ser um factor decisivo para o sucesso”, sublinha o presidente do Conselho de Administração, Fernando Nunes.
A mesma convicção foi reiterada ao «Dinheiro Vivo» pelo vice-presidente do Grupo e presidente da Visabeira Global, Paulo Varela, para quem a África, sobretudo Angola e Moçambique, e no futuro a Tanzânia, Malawi, Zimbabué e Zâmbia, “é a parte do Globo em que o crescimento é maior, e o continente onde há mais trabalho para fazer em infraestruturas, nomeadamente nos sectores da energia, estradas, ferrovias, e comunicações”.
Neste processo de internacionalização, que já representa mais de 43 por cento do volume de negócios, o Grupo Visabeira continua também a ter na Europa (França, Espanha e Bélgica) e no continente americano (Brasil e Estados Unidos) os destinos “mais relevantes” dos seus produtos, sendo que em termos de geração de resultados operacionais, sem EBITDA,” os mercados externos já representam mais de 50 por cento daquela rubrica”, conclui a administração, na análise aos resultados consolidados.
Segundo o mesmo documento, a Visabeira Global continua a deter a “predominância” tradicional dos negócios do Grupo, com um peso superior a 70 por cento, a par da sua contribuição no EBITDA de 65 por cento. As maiores «performances» verificam-se ao nível da televisão por cabo (Angola e Moçambique), infraestruturas de telecomunicações (Moçambique e França), e infraestruturas de transporte ferroviário (Moçambique).
Na indústria, foram as emblemáticas «Vista Alegre» e «Bordallo Pinheiro» que mais contribuíram para o incremento considerável no desempenho operacional deste sector. A Pinewells, empresa produtora de pellets, destinada quase em exclusivo à exportação, apresentou um crescimento no seu volume de negócios, a par de um EBITDA de 1,2 milhões de euros, e a Vista Alegre, com 2,5 milhões de euros (152 por cento face a período homólogo), representaram mais de 50 por cento do EBITDA desta sub-holding.
Com cinco unidades hoteleiras em Portugal e agora seis em Moçambique, o Turismo representou um volume de negócios consolidado de 33,6 milhões de euros, tendo este último país apresentado um crescimento acima dos 20 por cento na facturação e EBITDA.
“Excluindo o efeito dos fenómenos não recorrentes (justo valor das propriedades de investimento e reversão das imparidades de clientes), o resultado operacional de 51,7 milhões de euros compara com 47 milhões em 2011”, conclui a análise aos resultados consolidados do Grupo Visabeira.