Três meses três estreias no Teatro Viriato

Abril 13, 2016 | Cultura

Ao longo da temporada que decorre entre Abril e Julho, o Teatro Viriato apresenta três estreias: «O Museu da Existência» (15 e 16 de Abril) de Rafaela Santos e Fernando Giestas; «Revisitar» (11 a 31 de Maio), uma nova visita guiada para o Museu Nacional Grão Vasco criada pelas artistas Leonor Barata e Patrícia Portela; e «2035» (16 a 19 de junho), peça encenada por Fraga em conjunto com a comunidade.

Teatro, Música e Dança, são propostas com “o mesmo peso” na programação, e trazem algumas surpresas com a apresentação, na Dança, de coreógrafos consagrados, como João dos Santos Martins, António Cabrita e São Castro.

«Museu da Existência» surge depois de um processo criativo com cinco famílias de Viseu, que ao longo de duas semanas recebem micro-performances, dentro das suas próprias casas. Em antestreia, o coreógrafo Paulo Ribeiro dá a conhecer «Ceci nest pas un film – Dueto para maça e ovo» (22 de abril). Com este espetáculo, o coreógrafo proporciona uma reflexão sobre a evolução do cinema e da dança ao longo do tempo.

Ainda na Dança, o mês de abril encerra com um Reencontro (30 de abril). Um momento único entre quatro coreógrafos que marcam a chamada Nova Dança Portuguesa. Vinte anos depois do projeto Quatro árias de ópera, criado para o Ballet Gulbenkian, Clara Andermatt, Vera Mantero, João Fiadeiro e Paulo Ribeiro reencontram-se e assumem o desafio de serem dirigidos pelo jovem coreógrafo João dos Santos Martins, nascido na transição dos anos 80 para os 90. No âmbito deste Reencontro, será partilhado o projeto, sediado na FCSH da Uni. Nova de Lisboa, TKB: A Transmedia Knowlegde-Base for Performing Arts, plataforma digital e interativa para as Artes Performativas.

Três anos volvidos desde a apresentação de Visitas Dançadas, a coreógrafa e bailarina Leonor Barata regressa ao Museu Nacional Grão Vasco, agora na cumplicidade da artista multidisciplinar Patrícia Portela, com Revisitar (11 a 31 de maio), uma performance que procurará ver a coleção do museu com um novo olhar e novos gestos, propondo assim uma nova viagem.

Associando-se ao programa de comemoração dos 500 anos da Santa Casa da Misericórdia de Viseu, o Teatro Viriato traz à Sé de Viseu, a Orquestra Gulbenkian (06 de maio).

Em mais uma incursão pelo teatro clássico francês, a companhia Ao Cabo Teatro e o encenador Nuno Cardoso (Artista Residente no Teatro Viriato 2016) recuperam e renovam o texto de Molière, O Misantropo (20 e 21 de maio), dando-lhe uma nova compreensão da carga performativa e simbólica.

A partir da leitura de Eurípedes, Sófocles e Ésquilo, o encenador e diretor artístico do Teatro Nacional D. Maria II, Tiago Rodrigues, recriou três tragédias gregas: Ifigénia (26 maio), Agamémnon (27 maio) e Electra (28 maio). Três espetáculos diferentes criados com a urgência do nosso tempo em diálogo com o reportório da tragédia grega que continua tão atual.

A área do teatro continua a ter destaque no mês de junho, que inicia com a nova criação de Nuno M Cardoso que apresenta um díptico de peças do dramaturgo Simon Stephens: Águas Profundas [Wastwater] e Terminal de Aeroporto [T5] (03 de junho).

Em digressão pela Europa, a coreografia A Festa (da insignificância), de Paulo Ribeiro, regressa ao Teatro Viriato sob a forma de instantes fotográficos captados pelas lentes de quatro fotógrafos. José Alfredo, Carlos Fernandes, Joaquim Leal e Paulo Sabino assistiram a diferentes apresentações do espetáculo e imortalizaram a intensidade, a beleza e as cumplicidades poéticas criadas entre público e intérpretes. Ao longo desta exposição será possível observar o objetivo maior desta criação de Paulo Ribeiro, o de Dar Corpo à Utopia (09 de abril a 22 de junho).

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