Teatro Viriato envolve Cabo Verde e Brasil em projecto lusófono

Janeiro 14, 2013 | Cultura

A completar 15 anos de actividade ininterrupta, o Teatro Viriato vai apostar, nos próximos três meses, no reforço de parcerias nacionais e internacionais, com especial incidência nos países lusófonos, através do K-Cena, um projecto de teatro jovem “singular na cena nacional”, já em marcha, nado e criado em Viseu, para durar ao longo dos próximos quatro anos. E a envolver, neste caso, o Teatro Vila Velha em Salvador da Bahia (Brasil) e o Centro Cultural Português, pólo de Mindelo, do Instituto Camões, com o apoio local da Mindelact – Associação Artística e Cultural (Cabo Vede).

“Algo está a afirmar-se em relação à nossa actividade, sobretudo na forma como o Teatro Viriato se está a projectar no país e nos PALOP´s”, reconhece o director de programação, Paulo Ribeiro, que destaca no projecto «K-Cena – Projecto Lusófono de Teatro Jovem», o envolvimento de encenadores de “grande estirpe», como são os casos de Graeme Pulleyn (Portugal), Mário Meireles (Brasil) e João Branco (Cabo Verde). Todos eles a mobilizarem jovens de “diferentes realidades culturais e contextos, mas ligados pela Língua Portuguesa”. O projecto é apoiado no âmbito do programa de apoio à internacionalização das artes, promovido pela DGARTES (Portugal) e integrado no programa oficial «Portugal Brasil Agora».

Depois de uma primeira fase de ensaios, os três grupos envolvidos no «K-Cena», preparam-se agora para estrear os trabalhos nos seus países de origem, todos eles construídos a partir do universo de Peter Pan, e das interrogações, motivações e sentimentos que a narrativa suscita em cada um dos grupos envolvidos. No caso de Viseu, os espectáculos estão marcados para os dias 27 e 28 de Março.

Em conferência de imprensa para divulgar a programação do Teatro Viriato para os próximos três meses, o director artístico, Paulo Ribeiro, assumiu o «K-Cena» como um projecto de “grande importância», uma vez que vem preencher uma lacuna em termos de estabelecimento de parcerias culturais com países de língua portuguesa. “Algo que nunca conseguimos concretizar em termos de diplomacia cultural, ao contrário do que acontece com outros países, como a França, Bélgica e Alemanha, que conseguem ir muito mais a África e ao Brasil do que nós”, concretiza.

A par da implementação do «K-Cena», a programação do Teatro Viriato para os próximos três meses, não descura também o reforço das relações e parcerias com a Europa, nomeadamente com um dos mais conceituados centros coreográficos belga, – o Charleroi Danses – e com a rede internacional «Beyond Front@» que promove a mobilidade e a projecção de novos artistas europeus na área da dança contemporânea. “Tudo isto acompanhado pela intensificação das Residências Artísticas e do apoio aos Artistas Associados, e pelo acolhimento, na programação anual de um Artista Residente desafiado a olhar para a cidade de Viseu a para a sua comunidade como matéria de laboratório”.

O REGRESSO DE MARIA JOÃO E MÁRIO LAGINHA

Dança, teatro e música. São as três áreas mais privilegiadas no Teatro Viriato ao longo dos próximos três meses. A começar pelo regresso a Viseu, a 26 de Janeiro, com um disco inédito – «Iridescente» -, de Maria João e Mário Laginha. Que, a par da norte-americana Samara Lubelski, com o seu sexto longa- duração em nome próprio «Wavelength» (30 de Janeiro); Fail Better (6 de Fevereiro), António Zambujo (23 de Fevereiro), InterLúnio (6 de Março), e Tiago Sousa (13 de Março), constituem o lote de músicos/projectos musicais com sonoridades a distribuir pela sala e pelo café-concerto.

Destaque para o novo espectáculo de Luís de Matos «Chaos» (2 de Fevereiro), o novo one man show do mágico português mais premiado e distinguido de sempre. No âmbito do teatro, sobem ao palco quatro espectáculos distintos, todos eles incontornáveis: «Porto S. Bento (9 de Fevereiro), de Nuno Cardoso; «Alma» (15 de Fevereiro), uma produção do Teatro Nacional S. João assinada pelo encenador Nuno Carinhas; «Raso como o Chão» (9 de Março), de João Sousa Cardoso e Ana Deus; e «Três Dedos Abaixo do Joelho» (16 de Março), de Tiago Rodrigues.

Na dança, presença única (2 e 3 de Março) para Filipa Francisco e para o Rancho Folclórico de Torredeita, a assinalar 50 anos de actividade, que se encontram em «A Viagem», um projecto em que a dança e as músicas tradicionais se cruzam com a música e a dança contemporânea.

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