Três exposições, uma delas com a chancela da Fundação de Serralves, assinalam a entrada em funcionamento da Quinta da Cruz, localizada em S. Salvador (Viseu). O novo espaço cultural, aberto ao público desde o início da semana, aposta num projecto que alia a vertente artística à da educação e do conhecimento.
“É um momento carregado de simbolismo. É o início de uma função que terá uma parceria muito estreita com a Fundação de Serralves”, afirmou Almeida Henriques, presidente da Câmara Municipal de Viseu, na cerimónia que assinalou a abertura do equipamento e que contou ainda com a presença de Braga da Cruz, presidente daquela Fundação.
A ligação a Serralves, a manter pelo menos na próxima década, não ameaça, no entanto, a identidade da Quinta da Cruz, um projecto que pretende ser “espaço de referência” no concelho de Viseu e no país. “A parceria com Serralves será isso mesmo, uma parceria”, realçou Almeida Henriques, que caracteriza o equipamento como centro de “reflexão, conhecimento, natureza e ambiente”.
10 ANOS DEPOIS
Adquirida há 10 anos (2004) pela Câmara Municipal de Viseu, então presidida por Fernando Ruas, a Quinta da Cruz foi sujeita a obras de requalificação que custaram mais de um milhão de euros. Inaugurada em Setembro de 2013, só agora abre ao público. Com novo conceito estratégico. A arte contemporânea será privilegiada. E toda a zona envolvente, com cerca de cinco hectares, dará lugar a um jardim botânico, quintas pedagógicas, estas a funcionarem “já a partir do próximo Outono”, e actividades de lazer.
“Queremos ligar este espaço à pedagogia e à educação. À fruição familiar”, diz Almeida Henriques, que, numa segunda fase, prevê a construção de um percurso natural que aproveite a proximidade do leito e promova a ligação das margens do rio Pavia.
A abertura do novo espaço coincidiu com a assinatura de um protocolo celebrado com o Agrupamento 700 de Vildemoinhos do Corpo Nacional de Escutas, cujos elementos passarão a ser os “guardiões do ambiente na Quinta da Cruz”.
NADIR AFONSO EM OUTUBRO
A exposição “Estudos de Luz” – Indícios, Reflexos e Sombras na Colecção de Serralves, patente até 5 de Outubro, é composta por três dezenas de trabalhos de trabalhos de outros tantos artistas nacionais e estrangeiros. A mostra “explora as várias potencialidades da luz, permitindo perceber como podem ser os fenómenos lumínicos traduzidos em obras singulares que recorrem a diversos meios e apontam ara temáticas e preocupações muito distintas”, lê-se no catálogo da exposição. A seguir a 5 de Outubro será a vez do artista plástico Nadir Afonso.
Outra exposição, “Três ao Centro”, esta patente na cave do edifício principal da Quinta da Cruz, é constituída pelos melhores trabalhos dos alunos do 1.º ano do Curso de Artes Plásticas e Multimédia da Escola Superior de Educação de Viseu. Concentra energias geradas ao longo de três anos lectivos (2012/2014).
Lomografia, a terceira mostra a visitar, propõe um olhar sobre a cidade, através de um conjunto de momentos captados em fotografia durante um fim de semana, em Viseu.