Núcleo Museológico preserva memórias da Casa da Ínsua em Penalva do Castelo

Maio 17, 2013 | Cultura

Criado através de uma parceria entre o Grupo Visabeira e o Museu Nacional de Arte Antiga, o Núcleo Museológico da Casa da Ínsua, em Penalva do Castelo, recentemente inaugurado pelo secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, consubstancia um projecto de recuperação e requalificação de um importantíssimo acervo patrimonial classificado, servindo assim de repositório de uma memória centenária que urge preservar.

O projecto e o seu enquadramento foram apresentados por José Arimateia, administrador da Visabeira Turismo, e António Pimentel, director do Museu Nacional de Arte Antiga, com o governante a sublinhar a excelência do mesmo projecto, e a enaltecer o facto de este núcleo ser de iniciativa privada. Na mesma tónica incidiram as intervenções do presidente da edilidade de Penalva do Castelo, Leonídio Monteiro, e do presidente da Entidade Regional do Turismo do Centro, Pedro Machado, que destacaram a importância deste equipamento do ponto de vista local e como factor de promoção nacional e internacional.

O Núcleo coloca a Casa da Ínsua num lugar de destaque na História Nacional, designadamente no que concerne às relações luso-brasileiras do século XVIII, por via da acção de Luís de Albuquerque de Mello Pereira e Cáceres, governador e capitão-general da capitania de Cuiabá e Mato Grosso, entre 1772 e 1788, e que, em pleno período barroco, mandou erigir esta casa senhorial. Alvo de uma profunda requalificação por parte da Visabeira Turismo, a Casa da Ínsua retomou o seu esplendor, assumindo-se actualmente como uma unidade hoteleira de características únicas no país e um ponto de referência para toda a Região Centro.

Composto por unidades situadas em dependências e por outras no perímetro da propriedade envolvente, o núcleo museológico da Casa da Ínsua assenta em antigas áreas de produção rigorosamente recuperadas e em documentação única associada ao historial da casa e aos seus proprietários. A viagem pela história começa num antigo armazém, que serve de Recepção aos visitantes, seguindo pela Sala da Família, Sala Braziliana – que preserva um acervo gráfico de inigualável importância cedido pela família Albuquerque, e na recuperação do qual o Museu Nacional de Arte Antiga desempenhou um papel decisivo -, Serralharia, e Fábrica do Gelo, situada no perímetro da propriedade e onde é possível observar as técnicas utilizadas para a conservação e produção de gelo no século XVIII.

A abertura deste Núcleo Museológico coloca a Casa da Ínsua na vanguarda da inovação em termos de oferta turística em Portugal, assumindo ainda um papel de guardiã de um acervo histórico de importância capital para se entender a sua génese e a importância que manteve ao longo dos séculos. A colaboração entre o Grupo Visabeira e o Museu Nacional de Arte Antiga foi determinante para que um projecto desta dimensão pudesse avançar, conciliando interesses e conhecimento na preservação de uma parte significativa da memória colectiva regional e nacional. A ligação entre ambos estende-se igualmente ao projecto de recuperação da Capela de Nossa Senhora da Penha de França e à construção do novo Museu da Vista Alegre, ambos na zona envolvente à fábrica da Vista Alegre Atlantis, em Ílhavo.

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