Com uma “intensa intervenção humanista e cultural no seio da comunidade” e “presença viva da cultura lamecense”, Hermínia Quintela foi agraciada com o Prémio de Mérito Cultural do Município de Lamego, durante a gala que assinalou o sétimo aniversário da reabertura do Teatro Ribeiro Conceição (TRC). Num discurso emotivo, desfiou as suas memórias e recordou, sobretudo, a “apetência pelo ensino” e o amor ao teatro e à poesia que a marcaram desde jovem: “Para mim, a poesia é uma forma de catarse, mas também pode ser um meio de preservar memórias. A poesia é um bálsamo para a alma”. Aos 83 anos diz que foi “apanhada de surpresa” ao ter conhecimento da atribuição desta distinção.
Hermínia Quintela percorreu uma longa e brilhante carreira como professora no ensino secundário e é apontada como um exemplo pedagógico que contagiou os alunos que a tiveram como mestre. Uma vida preenchida que partilhou com oito filhos e durante a qual sobressaiu o talento que emprestou a diversos papéis, conforme realçou Joaquim Sarmento, membro da Comissão de Atribuição deste Prémio.
Durante a cerimónia, foi-lhe ainda atribuída a Medalha de Mérito Municipal – Grau Ouro, uma das mais importantes distinções do regulamento municipal de condecorações. Francisco Lopes, presidente da Câmara Municipal, recorda que “foi testemunha da firmeza e do empenho das convicções” da homenageada, manifestadas, por exemplo, durante o processo de criação da Universidade Sénior.
Depois de ter distinguido o professor Fernando Marado na última edição, a autarquia atribuiu este ano o Prémio de Mérito Cultural a esta professora aposentada, cuja personalidade ultrapassa em muito a sua atividade enquanto educadora e pedagoga. Notabilizou-se enquanto “declamadora insigne, tradutora de poesia, letrista, atriz, encenadora, nunca tendo abandonado a docência que ainda exerce com competência e altruísmo na Universidade Sénior de Lamego, que ajudou a fundar”.
A comissão encarregada de escolher a personalidade premiada teve ainda em atenção que a homenageada leva para fora de Lamego a “imagem fidalga das suas gentes e as suas ancestrais raízes”.