A cumprir e 9ª edição, o Festival «Que Jazz É Este?» está de volta a Viseu, de 21 a 25 de Julho. Cinco dias, oito espaços para a apresentação de dezasseis concertos e ainda uma mão cheia de concertos ao domicílio, um workshop de jazz, conversas, oficinas e vinte horas de rádio num festival que pauta pela diversidade quer nas estéticas e linguagens musicais que integra quer nas diferentes possibilidades de práticas culturais e artísticas e nos espaços que ocupa.
Promovido pela Gira Sol Azul, Que Jazz É Este? é um festival financiado pelo programa Viseu Cultura do Município de Viseu e conta com vários importantes parceiros e mecenas locais e nacionais que têm contribuído para a afirmação do festival como um projeto de relevo e prestígio na região centro.
Privilegiando a ocupação de jardins e espaços exteriores, é nos claustros do Museu Nacional Grão Vasco que o contrabaixista e compositor Miguel Ângelo apresenta o seu novo projeto, MAU, com um trabalho político e conceptual que tem inspiração na obra imorredoura de Thomas More.
Pelo Parque Aquilino Ribeiro, passam o trio virtuoso de Edu Miranda num concerto especial com a cantora irreverente Luanda Cozetti, o guitarrista Femi Temowo que partilha a sua música inovadora sob a influência das canções do povo Yoruba e outras sonoridades de origem africana, o colectivo Gira Sol Azul que reune músicos da região de Viseu e Tony Momrelle, um dos músicos da soul mais emocionantes e significativos do palco britânico moderno, e ainda os Carapaus Afrobeat num concerto que reverencia a música africana e promete não deixar ninguém parado.
InnerVille, projecto emergente que se move entre HipHopLand, SoulBlock, RnBHill, JazzHeights e FunkPark apresenta-se no âmbito da parceria com o Carmo’81 nos jardins da Escola Profissional Mariana Seixas e o jardim da Casa do Miradouro, que é também palco Inatel, acolhe os concertos de ¡Golpe! em parceria com a Robalo Music, Vessel Trio sob o carimbo Porta Jazz e ainda Carlos Peninha Quarteto.
A mais emblemática sala de espectáculos da cidade, o Teatro Viriato, acolhe um concerto que promete ficar na memória com Orquestra de Jazz de Espinho e o versátil e brilhante Mário Costa na bateria e composições. A Pousada de Viseu, situada no edifício histórico do antigo hospital da cidade, acolhe Luís Figueiredo num concerto intimista a solo onde a improvisação livre ocupa um lugar de destaque.
As rúbricas Jazz na Rua e Jazz ao Domícilio que têm como principal objectivo fazer a música atravessar-se no caminho das pessoas, vêem renovadas as parcerias com escolas profissionais de música da região, contando com apresentações de combos de jovens músicos que vêm contagiar a cidade com a energia do jazz todos os dias do festival.
Para além da oferta eclética e de qualidade de concertos, o festival continua a ser um espaço de criação de dinâmicas e oportunidades de formação e profissionalização na área da música. Exemplo disso é a realização do 13.º Workshop de Jazz de Viseu, este ano sob a orientação dos MAU (Miguel Ângelo, Mário Delgado e Mário Costa), que propõem ‘cruzar ideias, inspirações e encontrar respostas difíceis para a longa mas gratificante aprendizagem do Jazz e da música improvisada’. O concerto de apresentação acontece no jardim do Hotel Grão Vasco. Acontecem também duas oficinas de música (uma em forma de orquestra de guitarras eléctricas outra que explora a ideia de rádio pirata) dirigidas ao público em geral.
O Que Jazz É Este? apresenta ainda um ciclo de conversas que visam ser um espaço de partilha e reflexão sobre algumas questões importantes relacionadas com a gestão de carreira dos artistas e a Rádio Rossio, a improvisar desde 2015, este ano a partir da caravana instalada no Parque Aquilino Ribeiro, emite vários programas de autor de autor recheados com entrevistas, música e conversas inesperadas.