A Fundação António Braz e a Câmara Municipal de Tondela têm patente até 17 de Setembro e em simultâneo, nos espaços do Museu Terras de Besteiros e da Biblioteca Municipal Tomaz Ribeiro, uma exposição que celebra o centenário do comendador António Braz, tondelense emigrado em África do Sul.
A exposição faz uma retrospetiva da vida e obra inesquecíveis para quem se cruzou com António Braz mas também, obviamente, para aqueles que só agora o descobrem.
“É uma surpresa fascinante, sem medo dos adjectivos, se atentarmos ao facto de ter sido este emigrante português, natural de Póvoa de Rodrigo Alves, freguesia de Tonda (Tondela), quem implementou hábitos alimentares na África do Sul ou se tornou, por exemplo, no “Banana King”. Isso mesmo, um carpinteiro que geriu como ninguém na África Austral o negócio e distribuição da banana”, sublinha o curador da exposição, Nuno Santos.
A exposição é também a homenagem a um tondelense que foi “um grande exemplo de portugalidade e da expressão de Portugal no mundo, e que nunca perdeu a noção das suas raízes”, lembrou, na cerimónia de abertura, o presidente da Câmara Municipal de Tondela, José António de Jesus. “Se alguma coesão a alma tondelense tem, é este exemplo de espírito combativo e de espírito de conquista”, acrescentou o autarca.
António Braz fundou o jornal O Século de Joanesburgo, foi o primeiro titular de uma conta no Bank of Lisbon & South Africa e foi agraciado pelo Estado Português diversas vezes, uma das quais – em 1968 – com a Comenda de Benemerência de que tanto se orgulhou.
Patrono das artes e anfitrião em Pretória de visitas ilustres, António Braz foi um verdadeiro diplomata e mostrou a sua influência política em várias ocasiões. Frederik Willem de Klerk tentou um dia que se naturalizasse sul-africano, e a comunidade portuguesa comprava o The Star para ler o que sobre ele se dizia. O monumento de homenagem a Bartolomeu Dias, em Pretória, é também da sua responsabilidade e iniciativa.
“Ora, é através da colecção de arte, dos objectos de memórias várias – da vida social à empresarial – e de muitos factos disponibilizados a partir do Arquivo aberto publicamente pela Fundação com o seu nome, que viajamos até 1917, numa viagem até aos dias de hoje, desembarcando num documentário sobre António Braz”, conclui Nuno Santos.