Oito décadas depois (1932) da sua descoberta pelo investigador António Almiro do Vale, então médico em Tondela, e fruto de um projecto consistente apresentado em 2013, acaba de ser inaugurada no lugar da Carvalheira, na margem direita do ribeiro do Carvalhal, a estação de arte rupestre de Molelinhos. Um equipamento que permite agora preservar, e mostrar aos visitantes, um dos melhores exemplares desta arte na região Centro do país.
O investimento de 200 mil euros teve uma comparticipação comunitária de cerca de 89 mil euros, a que se juntou um investimento nacional de 22 mil euros. O montante restante foi suportado pela Câmara de Tondela.
“É mais um núcleo, o terceiro neste concelho, depois da Arquinha da Moira, em Lajeosa do Dão e do projecto Ambientes do Ar, em Souto Bom (Caparrosa), a afirmar-se como uma mais-valia para que este território se reafirme, renove e ganhe mais vitalidade e, consequentemente, dimensão económica”, sublinhou o presidente da Câmara, José António de Jesus, na cerimónia de inauguração do requalificado equipamento.
Constituída por seis painéis gravados integrados numa plataforma de xisto, a estação de arte rupestre de Molelinhos ocupa uma área de 500 metros quadrados. O reportório figurativo situa-se no Bronze Final e o Início da II Idade do Ferro, estando classificada como Imóvel de Interesse Público desde 1992 (Decreto nº 26-A/92 de 1 de junho).
Com diversos motivos como setas, lâminas, foices, reticulados, ziguezagues e alguns riscos incisivos sem qualquer motivo aparente, as gravuras são exemplares únicos na região. A estação faz parte dos conteúdos a leccionar nas escolas, podendo as crianças visualizar ‘in loco’ as gravuras abordadas em contexto escolar.
“Estamos aqui a celebrar, 3.000 anos depois, a capacidade criativa dos homens, e consequentemente, algo que faz parte também da história de Portugal”, sublinhou o secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, na cerimónia de inauguração do equipamento.
Na mesma cerimónia, José António de Jesus sensibilizou aquele membro do Governo para a implementação, em Tondela, de outros projectos de revalorização do património, associados à industrialização do concelho. “Gostaríamos que o quadro comunitário de apoio contemplasse a revalorização de dois equipamentos muito relevantes neste território. Um ligado à produção de energia eléctrica, e outro à actividade da cerâmica”, concretizou o autarca.