Numa iniciativa da Câmara Municipal de Viseu o nome de D. Zeferino, fundador do restaurante “ O Cortiço “, há mais de 50 anos, passou a integrar a toponímia da cidade, desde o passado dia 26, como referiu o presidente da autarquia Almeida Henriques, no decorrer da cerimónia que serviu para homenagear aquele que é considerado de grande paladino e defensor da verdadeira gastronomia beirã, e que teve lugar nas extintas instalações do antigo Governo Civil do Distrito.
O nome de D. Zeferino vai ficar perpetuado numa rua do centro histórico que, no futuro, ligará, por túnel, o Mercado 2 de Maio, até á rua Cónego Barreiros, até ao Jardim das Mães tendo, na ocasião, sido descerrada, pelo Presidente da Câmara Municipal de Viseu e a D. Mimi, eterna companheira de vida de D. Zeferino, uma lápide com o nome do homenageado.
No decorrer da cerimónia usaram da palavra Serafim Campos, actual dono do restaurante “O Cortiço”, que prometeu continuar a obra iniciada por D. Zeferino, a D. Mimi para agradecer, em nome de toda a família a homenagem agora prestada, Carlos Bergeron, que recordou o percurso de vida de D. Zeferino, desde os tempos em que foi guarda redes do Sport Viseu e Benfica e empregado numa casa de instrumentos musicais no antigo Largo de Camões, hoje Praça D. Duarte, a sua passagem por Angola e o seu regresso á sua cidade, Afonso Abreu, para recordar a entronização oficial de D. Zeferino, António Fortes, um amigo a residir no Porto, numa intervenção que acabou por ligar o nome do homenageado a outra grande figura viseense, Augusto Hilário, pela particularidade que liga ambos á antiga Rua Nova, hoje Augusto Hilário, Gualter Mirandez, presidente da Associação Comercial do Distrito de Viseu, que entregou á D. Mimi duas prendas da sua Associação e recordar depois, a referência que continua a ser para o país, para a região e para a cidade, o restaurante “ O Cortiço”, e Pedro Machado, presidente do Turismo do Centro, que destacou o contributo de D. Zeferino na divulgação da gastronomia beirã e que, nos dias de hoje, continua a contribuir para tornar a cidade num destino de referência e factor de atracção.
Encerrou a sessão o presidente da autarquia, Almeida Henriques, lembrando que D. Zeferino desde sempre fez parte do património imaterial de Viseu e que o nome do homenageado e da D. Mimi continuarão a estar ligados, para sempre, ao que considerou ser a arte de bem comer e de bem receber em Viseu, lembrando também que “O Cortiço” vai participar no concurso “7 Maravilhas á Mesa”, para apelar ao voto de todos os viseenses naquele restaurante.
D. Zeferino morreu ao fim da tarde do dia 30 de Junho de 1983, num acidente de viação onde faleceu, também, o seu filho Miguel. Uma efeméride que hoje se recorda e para os viseenses e para todo o país, D. Zeferino nunca “morreu”, porque a imortalidade conquista-se pelo que em vida se faz e ele entrou, desde logo, no rol daqueles que “ da lei da morte se vão libertando”.
Por: Carlos Bergeron