Concluída que está a primeira fase do Programa «Viseu Património», lançada em Fevereiro de 2016 sob a coordenação científica de Raimundo Mendes da Silva, segue-se agora a segunda, desta vez coordenada pela historiadora Catarina Tente. Cujos objectivos para os próximos dois anos estão sustentados em quatro alicerces: aumentar o conhecimento histórico, construindo um plano de investigação articulado e multifacetado; valorizar a salvaguardar o património com base em instrumentos a criar e já existentes, estando neste último caso o Polo Arqueológico de Viseu e o Museu de História da Cidade; reforçar e qualificar a educação e comunicação patrimoniais para reforço da identidade e memória; e potenciar a divulgação e notoriedade da história e do património viseenses para além das fronteiras regionais, focando vários públicos-alvo.
A concretização da dinâmica prevista assente nos eixos já citados, passará neste segunda fase, ao longo dos próximos dois anos, pela concretização de oito acções principais: criar a Carta Patrimonial de Viseu; conhecer e divulgar a Cava de Viriato; valorizar a história e património dos projectos do «Viseu Património»; salvaguardar e valorizar o jardim do Fontelo; lançar um programa de atracção de investigadores para o estudo de Viseu; preparar os dossiers para candidaturas a Património da Unesco; elaborar o Dicionário da História e das Personagens de Viseu; e promover a divulgação científica através de encontros e publicações.
Na sessão de apresentação das linhas mestras que irão nortear a segunda fase do programa «Viseu Património», o presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, mostrou-se satisfeito com o percurso já percorrido nos últimos dois anos. “Para a segunda fase, já conhecemos o terreno em que nos vamos movimentar, depois de termos caracterizado 495 edifícios do centro histórico. Uma boa base de conhecimento”, disse. Já para a fase que agora se inicia, o autarca faz questão de sublinhar o peso que a Cava de Viriato irá ter nos trabalhos a desenvolver. “Este monumento é a cabeça. A Cava de Viriato é uma peça chave para se conhecer a história deste nosso território”, enfatizou.
Por sua vez, o vereador da Cultura do Município viseense, Jorge Sobrado, considerou que o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido, “preenche uma lacuna” particularmente sentida em Viseu. “Este é o primeiro processo de classificação do património viseense. E a Cava de Viriato será, sem dúvida, a primeira prioridade. Passa a estar no centro do investimento, da investigação e da partilha”. O vereador sublinhou a importância de os viseenses adquirirem o sentimento de pertença, como forma de melhor defender e salvaguardar o património.
Para a coordenadora desta segunda fase do Programa, o projecto em mãos foi concebido para um percurso de 10 anos que, por isso, “se pretende sólido”. Um trabalho que esta responsável promete prosseguir de molde a atingirem-se os objectivos inicialmente propostos. Nesta fase, Catarina Tente reconhece a importância que a Cava de Viriato representa. “Estamos a falar de um monumento único na Península Ibérica, sem dúvida enigmático, com uma muralha genial do ponto de vista construtivo, sobre o qual vamos trabalhar, de modo a que possamos avançar com uma possível candidatura a Património Cultural da UNESCO”, revelou.