Organizado pelo Teatro Viriato e vocacionado para a promoção da criação e da fruição artística, o «VISEU A 01 DO 06», com duração aproximada de um ano, arranca já a 1 de junho com “A Primeira Festa”, um evento centrado no espaço público de Viseu, que envolve artistas locais, nacionais e estrangeiros.
Orçado em 300 mil euros, o projecto é concretizado na sequência de uma candidatura apresentada ao Programa Operacional Regional do Centro pela Comunidade Intermunicipal Dão Lafões (CIMRDL), assumindo esta entidade a comparticipação nacional de 20 por cento (cerca de 60 mil euros). Segundo Carlos Marta, presidente da estrutura intermunicipal, os 14 municípios que a integram “perceberam, num trabalho de rede e de grande cooperação, que era importante este financiamento, como forma de mostrar as potencialidades da região, a par do talento, criatividade e inovação dos seus artistas”.
A Banda Filarmónica de Ribafeita, o Conservatório Regional de Música de Viseu, Carina Martins, Drumming – GP, Fernando Giestas, Graeme Pulleyn, José Crúzio, Les Bleus de Travail, Luís Belo, Madalena Victorino, Margarida Mestre, Olivier Roustan, Orquestra Todos, Peter Michael Dietz, Rafaela Santos, Romulus Neagu, Sónia Barbosa e o Teatro do Vestido fazem esta primeira festa do «VISEU A 01 DO 06» 24 horas de artes performativas, que ajudarão a (re)descobrir o território da cidade num percurso transformador, orientado por um programa assumidamente festivo para ser desfrutado por todos, em que a apresentação de companhias internacionais convive, lado a lado, com a de projetos artísticos criados em e a partir de Viseu.
“Esta é a minha cidade e eu quero viver nela” abre o programa, precisamente, às 00h00, de sábado. Um manifesto poético, criado por Joana Craveiro (Teatro do Vestido) e construído a partir das vivências do quotidiano e dos espaços da cidade de Viseu. É também o pulsar de Viseu, desta vez, dos seus artistas, que se reflete em “Uma Carta Coreográfica”, um olhar de Madalena Victorino sobre o movimento, o corpo e a dança.
Das 10h00 às 19h00, na Praça da República (Rossio), dez artistas interagem com esta exposição, ou melhor, carta que convida a uma visita coreográfica ao próprio corpo de cada um que queira movimentar ideias, sons, imagens, histórias, as pernas e os braços. De hora a hora, a experiência muda e fica o desafio para que o público se entregue à aventura de descobrir o seu corpo outra vez.
Às 16h00, no Parque Aquilino Ribeiro (Parque da Cidade), “Passagem”, instalação/performance produzida pela cooperativa PIA – Projetos de Intervenção Artística, convida à contemplação de um fascinante mundo novo, pleno de emoções e de pura poesia visual, criado a partir de um lugar comum e do que nele melhor existe, com o recurso ao teatro físico em andas e à máscara.
A festa prossegue, desta vez, sobre rodas, com a companhia francesa Les Bleus de Travail que apresenta “Le Voyage de Noces” (18h00, Praça D. Duarte e não só!). Um passeio turbulento e hilariante protagonizado por um casal atípico, um cão embalsamado e um Fiat 500 caprichoso. Ao longo da viagem, eles dançam, saltam e caem sobre os dois pés… São poéticos às vezes, mas irresistíveis sempre. Meia dúzia de passos à frente, mesmo no Adro da Sé, às 21h00, é chegado o momento de desviar o olhar para o céu porque neste espetáculo “Uma linha no céu… lembrando João Torto” é de voar que se trata. Dar asas à imaginação com uma linha traçada no céu no mesmo lugar onde o inventor, intelectual e inconformista João Torto, há mais de quatro séculos, tentou a sua proeza de desafiar a gravidade. Desta vez, essa linha será percorrida pelo extraordinário funâmbulo Olivier Roustan, uma referência mundial, que “voará” no alto de uma corda, entre as torres da Igreja da Misericórdia e da Sé de Viseu, ao som de outras linhas traçadas no ar por um repertório musical contemporâneo interpretado por três formações que se juntam, propositadamente, para este espetáculo: Drumming – GP, Banda Filarmónica de Ribafeita e Conservatório Regional de Música de Viseu.
Por fim, ainda há tempo para um concerto da Orquestra Todos, às 22h30, no Largo Mouzinho de Albuquerque. Uma formação singular, criada no âmbito de uma intervenção artística – o «Festival TODOS» -, que junta pessoas que fazem música a partir de diferentes instrumentos, tradições e universos e que inventam uma mistura de sonoridades que dialoga constantemente com todas as raízes culturais e musicais da cidade de Lisboa, onde foi criada, e da sua Lusofonia.