24 horas de festa em “Viseu a 01 do 06”

Maio 20, 2013 | Cultura

Organizado pelo Teatro Viriato e voca­cionado para a promoção da criação e da fruição artística, o «VISEU A 01 DO 06», com duração aproximada de um ano, arranca já a 1 de junho com “A Primeira Festa”, um evento centrado no espaço público de Viseu, que envolve artistas locais, nacionais e estrangeiros.

Orçado em 300 mil euros, o projecto é concretizado na sequência de uma candidatura apresentada ao Programa Operacional Regional do Centro pela Comunidade Intermunicipal Dão Lafões (CIMRDL), assumindo esta entidade a comparticipação nacional de 20 por cento (cerca de 60 mil euros). Segundo Carlos Marta, presidente da estrutura intermunicipal, os 14 municípios que a integram “perceberam, num trabalho de rede e de grande cooperação, que era importante este financiamento, como forma de mostrar as potencialidades da região, a par do talento, criatividade e inovação dos seus artistas”.

A Banda Filarmónica de Ribafeita, o Conservatório Regional de Música de Viseu, Carina Martins, Drumming – GP, Fernan­do Giestas, Graeme Pulleyn, José Crúzio, Les Bleus de Travail, Luís Belo, Madalena Victorino, Margarida Mestre, Olivier Roustan, Orquestra Todos, Peter Michael Dietz, Rafaela Santos, Ro­mulus Neagu, Sónia Barbosa e o Teatro do Vestido fazem esta primeira festa do «VISEU A 01 DO 06» 24 horas de artes performativas, que aju­darão a (re)descobrir o território da cida­de num percurso transformador, orien­tado por um programa assumidamente festivo para ser desfrutado por todos, em que a apresentação de companhias inter­nacionais convive, lado a lado, com a de projetos artísticos criados em e a partir de Viseu.

“Esta é a minha cidade e eu quero viver nela” abre o programa, precisamente, às 00h00, de sábado. Um manifesto poético, criado por Joana Craveiro (Teatro do Ves­tido) e construído a partir das vivências do quotidiano e dos espaços da cidade de Viseu. É também o pulsar de Viseu, desta vez, dos seus artistas, que se reflete em “Uma Carta Coreográfica”, um olhar de Madalena Victorino sobre o movimento, o corpo e a dança.

Das 10h00 às 19h00, na Praça da República (Rossio), dez artistas interagem com esta exposição, ou melhor, carta que convida a uma visita coreográfica ao próprio cor­po de cada um que queira movimentar ideias, sons, imagens, histórias, as per­nas e os braços. De hora a hora, a expe­riência muda e fica o desafio para que o público se entregue à aventura de desco­brir o seu corpo outra vez.

Às 16h00, no Parque Aquilino Ribeiro (Parque da Cidade), “Passagem”, instalação/performance produzida pela cooperativa PIA – Proje­tos de Intervenção Artística, convida à contemplação de um fascinante mundo novo, pleno de emoções e de pura po­esia visual, criado a partir de um lugar comum e do que nele melhor existe, com o recurso ao teatro físico em andas e à máscara.

A festa prossegue, desta vez, sobre rodas, com a companhia francesa Les Bleus de Travail que apresenta “Le Voyage de No­ces” (18h00, Praça D. Duarte e não só!). Um passeio turbulento e hilariante pro­tagonizado por um casal atípico, um cão embalsamado e um Fiat 500 caprichoso. Ao longo da viagem, eles dançam, saltam e caem sobre os dois pés… São poéticos às vezes, mas irresistíveis sempre. Meia dúzia de passos à frente, mesmo no Adro da Sé, às 21h00, é chegado o momento de desviar o olhar para o céu porque neste espetáculo “Uma linha no céu… lembrando João Torto” é de voar que se trata. Dar asas à imaginação com uma linha traçada no céu no mesmo lu­gar onde o inventor, intelectual e incon­formista João Torto, há mais de quatro séculos, tentou a sua proeza de desafiar a gravidade. Desta vez, essa linha será percorrida pelo extraordinário funâmbu­lo Olivier Roustan, uma referência mun­dial, que “voará” no alto de uma corda, entre as torres da Igreja da Misericórdia e da Sé de Viseu, ao som de outras linhas traçadas no ar por um repertório musi­cal contemporâneo interpretado por três formações que se juntam, propositada­mente, para este espetáculo: Drumming – GP, Banda Filarmónica de Ribafeita e Conservatório Regional de Música de Vi­seu.

Por fim, ainda há tempo para um con­certo da Orquestra Todos, às 22h30, no Largo Mouzinho de Albuquerque. Uma formação singular, criada no âmbito de uma intervenção artística – o «Festival TO­DOS» -, que junta pessoas que fazem mú­sica a partir de diferentes instrumentos, tradições e universos e que inventam uma mistura de sonoridades que dialo­ga constantemente com todas as raízes culturais e musicais da cidade de Lisboa, onde foi criada, e da sua Lusofonia.

 

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