Transmitir às actuais e futuras gerações memórias e factos que marcaram o lançamento, construção, inauguração e desactivação, do antigo ramal ferroviário do Dão, hoje transformado na maior ecopista do país, foi o mote que levou António Manuel Matoso Martinho, falecido há um ano, e Carlos Alberto Homem Lunet, a escreverem, em co-autoria, o livro «O Ramal de Viseu – Linha do Dão». Editada pela CIM Dão Lafões, com o apoio das câmaras municipais de Viseu, Tondela e Santa Comba Dão, a obra foi apresentada no último sábado na antiga estação de Tondela.
“Do ramal de Viseu só restam hoje as memórias das gerações mais antigas”. Assim justificou Carlos Lunet a edição de um livro que deu aos autores “o prazer da investigação e da descoberta”, a partir de textos da imprensa local e regional, alguns deles transcritos na íntegra, publicações oficiais, e de vasta documentação cedida por entidades e particulares.
Desde a génese do projecto, das opções políticas contraditórias, da aprovação do tratado definitivo que deu luz verde à construção, passando pela inauguração do ramal em 1890, até à desactivação da linha um século depois da sua abertura (1989), o livro tem o condão de trazer à evidência a importância que o combóio primeiro, e as automotoras depois, tiveram no desenvolvimento económico e social dos concelhos de Viseu, Tondela e Santa Comba Dão.
“Estamos, por isso, perante uma obra de grande significado para a nossa memória colectiva “, concluiu Carlos Marta, presidente do Conselho Executivo da CIM Dão Lafões e presidente da Câmara de Tondela, na cerimónia de apresentação, que contou ainda com a presença do autarca João Lourenço de Santa Comba Dão.