Folha em branco e não quero escrever.
Que tempos estes que vivemos. Não existem assuntos para refletir. Existe O assunto! Este que tanto preocupa e irrita. Como é possível termos chegado a este ponto?!
Só tenho perguntas. Não tenho respostas. Não consigo expressar-me.
Não quero deixar-me consumir pela raiva. Quero acreditar que estamos todos juntos. Que o silêncio ensurdecedor está para acabar.
“Os segredos do Mundo escondem-se dentro do silêncio”
Erling Kagge, Silêncio na era do ruído
Agora é apelar, mais do que nunca, à união. À responsabilidade de cada um de nós. Este é tempo de combater um vírus que mata. E nada é mais importante do que a vida.
Aos profissionais de saúde, toda a gratidão e uma palavra de reconhecimento pela dedicação à causa pública. Que exemplo. Que excelente exemplo, estes homens e mulheres têm dado. A todos os que diariamente trabalham para que possamos continuar a nossa vida, em quarentena ou recolhimento, com comida na mesa, o meu obrigado.
Aos familiares das vítimas desta epidemia, os meus sentimentos. A todos que estão na luta para “expulsarem essa coisa” do corpo, muita força e coragem.
Espero que, na próxima crónica, já tenhamos saído do recolhimento e aí possa partilhar convosco o que gostava de ver e não vejo. O que vejo e não gostava de ver.
Por agora não quero mais maçar-vos. É que só tenho perguntas. Não tenho respostas. Não consigo expressar-me. Já vos tinha dito? Talvez. Mas estas horas e estes dias são assim: repetitivos.
Protejam-se. Fiquem em casa.
Boa sorte. Vai ficar tudo bem.
Vítor Santos