“A missão do Politécnico de Viseu (PV) é ser relevante para a região onde se encontra: Viseu e Lamego”, foram as declarações iniciais de João Monney Paiva, sobre o papel da instituição na criação, conjuntamente com o Instituto Piaget (IP), de uma rede de colaboração entre 35 entidades ligadas ao ensino profissional. O presidente do Politécnico de Viseu falava na cerimónia que oficializou a PEPER – Promoção do Ensino Profissional em Rede, que decorreu no Auditório da ESTGV – Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viseu do PV.
Na sessão, que contou com a presença dos representantes das entidades protocoladas, estiveram ainda Teresa Panteleichouk, vice-presidente do Instituto Piaget Viseu; os presidentes das comunidades intermunicipais parceiras — Rogério Mota Abrantes (CIM Viseu Dão Lafões) e Carlos Silva Santiago (CIM Douro); Cristina Oliveira, Delegada Regional de Educação da Região Centro – Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares, e Marta Rodrigues, Diretora do Centro de Emprego e Formação Profissional de Viseu.
Paulo Costeira, pró-presidente para a Promoção Académica do IPV, anunciou a PEPER como um quadro de cooperação institucional, amplo e efetivo, para valorizar o ensino profissional, e desenvolver um trabalho em rede com vários agentes que, de uma forma mais próxima e permanente, podem estabelecer condições para a continuidade dos estudos no ensino superior. A formalização desta cooperação entre instituições distribuídas por 19 concelhos e pertencentes a duas comunidades intermunicipais (Viseu Dão Lafões e Douro) irá ajudar a operacionalizar no terreno, os grandes objetivos desta Rede.
Trata-se de uma rede que envolve um conjunto de 35 escolas (17 agrupamentos de escolas, 10 escolas profissionais, três escolas secundárias e cinco escolas superiores — quatro do Politécnico e uma do Piaget) que, conforme sublinhou o presidente do Politécnico de Viseu, responderá à “necessidade do território fixar os seus jovens”, ”contribuindo para que os alunos provenientes dos cursos profissionais prossigam estudos no ensino superior e desse modo haja um aumento do número de cidadãos com qualificações superiores”, num modelo em que “toda a região se articula de modo a ser capaz de dar resposta a todos os jovens” e “captar esse manancial para a região”.
As expectativas de um bom resultado deste esforço, que envolve as duas instituições de ensino superior proponentes e restantes entidades que passaram a integrar a rede PEPER, cooperando e contribuindo para o enquadramento dos jovens no mercado de trabalho esteve patente em todas as declarações dos presentes. Teresa Panteleichouk, destacou na rede que agora dá os primeiros passos a aposta da capacidade conjunta das duas instituições, Politécnico de Viseu (PV) e Instituto Piaget (IP), comprometendo-se “para o sucesso da mesma, através da sua Escola Superior de Saúde, com a formação de técnicos intermédios, com percursos formativos ajustados”.
Os responsáveis da CIM presentes valorizaram a importância que este protocolo representa tanto para formação de técnicos intermédios, como para a possibilidade de prossecução dos alunos para o ensino superior, como salientou Rogério Mota Abrantes, presidente da CIM Viseu Dão Lafões. Apelidando a rede agora criada como uma “fileira da formação”, o presidente da CIM Douro, Carlos Silva Santiago, frisou a necessidade de ajudar a “fixar jovens capacitados”, destacando a importância da formação e da cultura nos “territórios de baixa densidade”.
A Delegada Regional de Educação da Região Centro, Cristina Oliveira, falou da grande aposta que tem sido feita na formação profissional, nos últimos 25 anos, e que foi “fundamental para a fixação jovem”, considerando que a criação desta rede é um “trabalho de fundo que se afigura fundamental” para o ingresso dos jovens do ensino profissional no ensino superior.
Marta Rodrigues, do Centro de Emprego e Formação Profissional de Viseu, considerou que para contrariar o ensino profissional como uma segunda escolha “cabe-nos, a nós, desenvolver estratégias” para inverter a situação, indicando dois percursos possíveis para estes jovens: “ingressar no mercado de trabalho ou ingressar no ensino superior, uma formação que poderá ser uma mais valia para o seu percurso”.