Dezenas de concertos de música antiga e contemporânea, um concurso internacional de piano, workshops, masterclasses e concertos pedagógicos, fazem do Festival Internacional da Primavera (FIMP) de Viseu “uma referência da música clássica em Portugal”, assume o director artístico, José Carlos Sousa.
De 5 a 27 de abril, a 12ª edição do FIMP de Viseu, promovido pelo Conservatório de Música Azeredo Perdigão, oferece, a todos os públicos, dezenas de concertos, em nove espaços da cidade. A permitirem, ao mesmo tempo, que os alunos do Conservatório contactem com formadores de renome internacional.
Os números falam por si. Ao longo de 21 dias, são mais de 500 músicos, seis orquestras e 25 concertos de música antiga, instrumental, orquestral, sinfónica, de câmara, com solistas e até música de computador. O concerto de abertura, dedicado à guitarra portuguesa com o trio de Pedro Caldeira Cabral, é já amanhã, 5 de abril.
Destaque ainda para quatro estreias absolutas de obras musicais, entre as quais pontificam as do próprio director artístico do Conservatório, José Carlos Sousa, e de Isabel Soveral e João Pedro Oliveira. E também para os concertos com a «prata da casa» marcados para os dias 7 e 14, com o envolvimento de professores e alunos que venceram o concurso de instrumentistas. E, ainda, para os cinco concertos com orquestras, que vão acontecer a 12, 13, 18, 21 e 25, na Aula Magna do Instituto Politécnico de Viseu, na Sé e no Pavilhão Multiusos.
A Orquestra Juvenil de Viseu, a Orquestra Filarmónica Portuguesa com a violinista norueguesa Eldbjorg Hemsing, a Orquestra Académica Filarmónica Portuguesa com o violoncelista russo Pavel Gomziakov, a Orquestra Filarmonia das Beiras com o Coro Voz Nua e a Orquestra XXI com o Coro Sinfónico Lisboa Cantat, são outras atracções do Festival. Para o qual foram convidados músicos, para actuarem a solo ou com orquestras, do Brasil, Ucrânia, França, Rússia, Alemanha, Itália, Cuba, Argentina, Polónia, Croácia, Noruega e Inglaterra.
Mas, para José Carlos Sousa, o FIMP de Viseu, “é muito mais do que isso”. Vai também ao encontro de públicos que, de outra forma, não teriam possibilidade de assistir aos concertos. Nomeadamente às escolas e instituições como o estabelecimento prisional, levando ali 20 concertos pedagógicos que deverão alcançar cerca de duas mil pessoas “de várias idades e em diferentes contextos”.
Um dos pontos altos do festival é o Concurso Internacional de Piano de Viseu (o ano passado foi dedicado à Guitarra), que atribuirá prémios no valor de 13.500 euros. E já há concorrentes de oito nacionalidades inscritos (Rússia, Israel, China, Coreia, Estados Unidos, Austrália, Ucrânia e Canadá), embora as inscrições decorram até dia 15 de abril.
A formação é outra das componentes importantes do Festival. Destaque para as «masterclass» dedicadas à guitarra portuguesa (Pedro Caldeira Cabral), ao clarinete (Carlos Piçarra Alves), à bateria e improvisação (André Silva e Elmano Coelho), ao acordeão (Franck Angelis), ao violino (Roberto Valdês), ao piano (Shao Xiao Ling, Luís Pipa, Giuseppe Andaloro e Aquiles Dele Vigne), ao violoncelo (Miguel Rocha) e à guitarra (Dejan Ivanovic).
“Tentamos sempre que os músicos que convidamos, sejam eles membros do júri do concurso internacional, sejam músicos que vão tocar no nosso festival, façam formação para os nossos alunos e outros que possam estar interessados”, sublinha José Carlos Sousa.
Almeida Henriques, presidente da Câmara Municipal de Viseu, destaca os “números surpreendentes e a elevada qualidade dos artistas convidados”, justificando assim os 100 mil euros de apoio financeiro por parte do Município, no âmbito do programa «Viseu Cultura». “O mais difícil vai ser encontrar agenda para estar em todos os espectáculos”, reconheceu.
Emília Amaral, presidente da Proviseu, reforçou a importância de “outras faces da programação”, nomeadamente os concertos pedagógicos. “Com eles a música vai ao encontro dos viseenses nas escolas, lares, hospital e em museus”, sublinhou, na apresentação da edição de 2019 do FIMP de Viseu.