Museu Arqueológico abriu em Vila Nova de Paiva

Março 20, 2019 | Cultura

Depois do Museu Rural, em Pendilhe, e do Centro de Memória Judaica, em Vila Cova à Coelheira, a que se junta agora o Museu Arqueológico do Alto Paiva, o concelho de Vila Nova de Paiva assume-se, definitivamente, como “um destino cultural de excelência na região e no país”. A convicção foi reiterada, em Dia do Município, pelo presidente da Câmara Municipal, José Morgado Ribeiro.

“O turismo cultural é hoje uma forte valência económica, com especial relevância para os concelhos do interior, como é o caso de Vila Nova de Paiva”, fez questão de salientar José Morgado Ribeiro, para quem o Município “assume a responsabilidade de honrar o legado agora enriquecido com o Museu Arqueológico do Alto Paiva”.

Instalado no edifício do Auditório Carlos Paredes, em pleno centro da Vila, o Museu reúne um acervo milenar constituído por artefactos resultantes de investigações realizadas no concelho, desde os períodos Neolítico e Calcolítico, passando pelas idades do Bronze e do Ferro, até à Alta Idade Média. Está ainda equipado com um laboratório e sala de reservas, passando a integrar um roteiro arqueológico em espaço natural.

“Mais do que um espaço de exposição de peças com seis mil anos de história, estamos perante um museu de nova geração, que preserva vivências e histórias de pessoas que viveram e morreram neste território”, explicaram o arqueólogo Pedro Sobral e Paulo Monteiro, responsável pela empresa «Glorybox» que, a par da EON – Indústrias Criativas, é responsável pelos conteúdos expositivos.

O processo de instalação foi iniciado em 2012, com a apresentação de uma candidatura ao programa LEADER, através da Associação de Desenvolvimento do Dão, Lafões e Alto Paiva. Comparticipado em cerca de 60 por cento por fundos comunitários, o projecto representa um investimento de 170 mil euros. E culmina um longo e moroso processo judicial que acabou por reunir a maioria dos objectos inventariados, embora o Município continue a reclamar e a aguardar a transferência de outros que ainda se encontram no Museu de Arte Antiga.

Na sessão solene que assinalou o Dia do Município de Vila Nova de Paiva e a inauguração do Museu, a diretora Regional da Cultura do Centro, Susana Menezes, concluiu que “não faltam razões” para viver em Vila Nova de Paiva. Não só pela existência de equipamentos que preservam a cultura e identidade dos paivenses, “mas também pelo seu património natural e histórico, pelas belíssimas praias fluviais, e pelo espaço «Arbutus do Demo» na Queiriga. Mas sublinhou que a cultura “só é uma resposta para o desenvolvimento económico e turístico dos territórios, se passar a ser percepcionada como parte integrante dessa estratégia, e não apenas como um mero ornamento”

Para a governante, a dinamização do espaço museológico agora inaugurado, com um “espólio único e especial” sob o ponto de vista científico e cultural, “exige não só o compromisso e a responsabilidade do Município, mas também o compromisso “inequívoco” da sociedade paivense na afirmação do Museu dentro e forra do concelho.

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